O conselho de administração do grupo francês Carrefour se declarou favorável à fusão com o grupo brasileiro Pão de Açúcar, informa a empresa francesa em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (4).

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O projeto, que não é aceito pelo grupo francês Casino, rival do Carrefour e sócio do Pão de Açúçar, prevê a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com os da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD). A proposta foi apresentada na segunda-feira (27) pela empresa brasileira Gama, que pertence ao fundo BTG Pactual, do investidor André Esteves, com o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em reação, dois dias depois o Casino aumentou seu capital na CBD Pão de Açúcar em 6,2%, o que levou sua participação no maior grupo de supermercados no Brasil a 43,1% do capital.

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De acordo com a proposta, a ideia é criar uma nova empresa, chamada de Novo Pão de Açúcar (NPA), a partir da fusão dos ativos do Carrefour no Brasil com os da Companhia Brasileira de Distribuição, holding que detém o Grupo Pão de Açúcar, em uma nova empresa controlada em partes iguais pelo Carrefour e pela CBD. A NPA teria 50% da filial brasileira do grupo Carrefour e 11,7% da companhia francesa no mundo, virando o maior acionista. Essa participação poderia crescer para até 17%.

Os acionistas dos grupos Pão de Açúcar, Carrefour, Casino têm cerca de 60 dias para analisar a proposta de fusão, segundo a proposta apresentada. A operação também será submetida ao Conselho de Administração do BNDES. Caso os grupos cheguem a um acordo, o caso terá que ser levado também para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A rede francesa é a segundo maior varejista do mundo, mas enfrenta graves problemas desde a crise financeira de 2008, que derrubou a economia europeia, onde está mais de 70% da operação do grupo. A fusão seria uma solução ousada para ajudar o Carrefour a se reerguer. As sinergias e as reduções de custos potenciais poderiam ajudar a rentabilidade da empresa.

Casino

O grupo francês é o principal rival do Carrefour na França e criticou o fato de Abilio Diniz ter iniciado negociações sem comunicar o parceiro com quem divide o controle do Pão de Açúcar através da holding Wilkes. Há poucos dias, em nota, o Casino disse que a proposta foi elaborada em segredo e de forma ilegal. De acordo com a nota, a fusão teria o objetivo de impedir que o grupo assuma o controle do Pão de Açúcar em 2012, como prevê acordos assinado em 2005.

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