A construção civil, que foi nos últimos anos um dos setores mais responsáveis pela redução da taxa de desemprego, dispensou 104 mil trabalhadores em abril na comparação com o mês mesmo de 2012 e "surpreendeu" pelo resultado negativo durante o ano.
Entre janeiro e abril, o número de vagas encolheu 3,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos quatro primeiros meses de 2012, o setor tinha apresentado alta de 6,5% na mesma base de comparação. O IBGE divulgou hoje que a taxa de desemprego manteve-se em patamar baixo em abril, de 5,8%, e foi novamente um recorde para o mês desde o início da série, em 2002.
"O setor surpreendeu porque o emprego vinha avançando não só nos últimos meses, assim como também nos últimos anos", afirma Cimar Azeredo Pereira, coordenador de trabalho e rendimento do instituto.
Com um forte peso no indicador, a região metropolitana de São Paulo foi uma das responsáveis pela queda no emprego da construção.
O número de vagas no setor encolheu 8,5% em São Paulo, o correspondente à dispensa de 63 mil trabalhadores.
Outro setor que apresentou queda significativa dos postos de trabalho foi o de serviços domésticos, com 128 mil vagas a menos do que em abril de 2012.
"Com o aumento dos anos de estudo entre as domésticas mais jovens, há uma migração das trabalhadoras para outros setores da economia", explica Pereira.
Também houve redução do emprego nesse segmento entre março e abril, com o fechamento de 16 mil vagas. Nesse caso, o especialista do IBGE diz que pode ser um reflexo da mudança na regulamentação das domésticas, que ganharam mais direitos trabalhistas recentemente.
A indústria também apresentou resultados negativos em abril: houve queda de 0,1% na comparação com março e de 0,3% ante o mesmo mês de 2012.