O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou nesta sexta-feira (23) que a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, terá suas obras iniciadas no máximo em setembro deste ano.
Com o leilão vencido pela Chesf, subsidiária da Eletrobrás que lidera o consórcio de construtoras, o governo, segundo Zimmermann, tentará antecipar a assinatura do contrato de outorga. "Trata-se da usina mais planejada do mundo. Foram cinco anos de estudos ambientais e não podemos mais esperar", afirmou.
O ministro criticou a ação de organizações não-governamentais (ONGs) que tentam protelar o processo de construção da obra, considerando que tais atitudes não passam de "manipulações". "Não sou técnico, mas me reporto aos números. Foram mais de R$ 70 milhões gastos em estudos ambientais e se for necessário, faremos algumas adequações. Esta inquietude é natural, mas Belo Monte precisa sair", afirmou o ministro, lembrando que o processo que tratou da construção da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, foi ainda mais penoso e sofreu com mais atrasos devido a questões ambientais discutidas na Justiça.
Zimmermann não descartou a possibilidade da Eletrobrás assumir integralmente a execução da obra, uma vez que detém 49% do consórcio. Considerando a possibilidade remota por conta das ações que questionam os valores envolvidos na negociação, ele assegurou que a estatal possui expertise suficiente e que se preciso for, tem capacidade de comprar a parte das demais empresas participantes do grupo vencedor do leilão da Belo Monte. O ministro falou com a imprensa em Florianópolis, onde participou de uma homenagem feita pela Eletrosul, subsidiária da Eletrobrás, responsável pela geração e transmissão de energia na região Sul e onde iniciou carreira.
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