Depois do vendaval que passou pelas bolsas de valores de todo o mundo neste início de semana, ficou evidente que as fortes quedas do mercado financeiro refletem perspectivas desfavoráveis para todas as economias. A avaliação é do consultor do Núcleo de Negócios Internacionais da Trevisan Consultoria, Pedro Raffy Vartanian.
Segundo ele, percebe-se que, de fato, nenhuma economia permanecerá incólume crise, que já pode ser sentida no Brasil, inicialmente pelo canal do câmbio: variável diretamente conectada com o exterior.
Vartanian ressalta também que o comércio externo pode ser afetado pela queda na exportação de commodities (produtos básicos com cotação internacional), em decorrência da diminuição na taxa de crescimento do planeta, no ano que vem notadamente na Europa, Estados Unidos e Japão.
O consultor da Trevisan destaca ainda que a falta de liquidez deve reduzir os investimentos empresariais na medida em que o custo do capital aumenta, devido crise financeira. Razão porque segundo ele, o Banco Central do Brasil começou a adotar medidas pontuais para irrigar o mercado com dólares das reservas internacionais.
Com objetivo idêntico, bancos centrais de outros países também anunciaram calendário de ações coordenadas nesta terça-feira, de modo a injetarem mais dólares em suas economias até o final do ano. A intenção geral é aumentar a liquidez interbancária, prejudicada pelo aumento da desconfiança entre os bancos.
O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos anunciou que as operações de socorro ao sistema bancário de lá vão receber US$ 450 bilhões a mais que os valores já divulgados, e devem atingir o total de US$ 1,35 trilhão. O Banco da Inglaterra anunciou, por sua vez, que vai realizar dois leilões para oferta de dólares ao mercado, no mês de novembro, mas não falou em valores.
O Banco Central Europeu programou sete leilões até o final do ano, com ofertas variáveis de US$ 20 bilhões a US$ 50 bilhões por operação. A autoridade monetária do Japão também informou que vai realizar igual número de leilões em 2008, com ofertas no total de US$ 170 bilhões; e o BC da Suíça determinou a realização de nove leilões menores, com valores entre US$ 4 bilhões e US$ 8 bilhões por operação.
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