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 | Roberto Custódio/ do Povo
| Foto: Roberto Custódio/ do Povo

Morte misteriosa

A vaca que morreu em dezembro de 2010, em Sertanópolis, não apresentava os sintomas da doença da vaca louca, mas guardava em seu organismo a proteína causadora da doença.

Investigação

A suspeita inicial era de que a vaca tivesse raiva, mas os exames não confirmaram a doença. Os testes deram negativo também para lesões comuns em animais com "vaca louca" (EEB). No entanto, o príon, proteína que ataca os animais com EEB, foi identificado.

A doença

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) surgiu na década de 80 na Inglaterra e, em 1993, chegou a matar 3,5 mil animais por mês. O Brasil nunca registrou animais com sintomas de EEB, que deixa o bovino agressivo e sem coordenação. O consumo da carne desses animais pode levar seres humanos a adoecer, também.

Sinal amarelo

A Organização Mundial de Saúde Animal, a OIE, manteve o Brasil como área de risco insignificante, status sanitário mais confortável. O temor é que os países importadores imponham, mesmo assim, bloqueios à carne produzida no país.

O secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, disse que o consumidor não corre risco no leite ou na carne bovina do estado. Houve "demora excessiva" nos exames após a suspeita da doença da vaca louca, admitiu. O Paraná possui a doença da vaca louca?

Não. Houve suspeita após a morte de um animal apenas, de idade avançada. [Na época, dois anos atrás], fizemos a visita à propriedade e não detectamos nada. Repetimos exames laboratoriais, seguindo protocolo internacional, e nada foi detectado. Mandamos para laboratório internacional da OIE [Organização de Saúde Animal] na Inglaterra, e o Ministério da Agricultura concluiu que não há nenhuma ocorrência no Paraná nem no Brasil. Para os consumidores de leite e de carne, nenhum problema. Isso foi assegurado tecnicamente por profissionais gabaritados. [A identificação da bactéria da vaca louca] não expõe a risco nem a pecuária nem a saúde pública.

Porque essa divulgação levou dois anos?

Vamos reconhecer, o Brasil atrasou um pouco. A Defesa Sanitária do Paraná foi absolutamente ágil e eficiente. Comunicou como de direito ao Ministério da Agricultura. E aconteceu uma demora excessiva, porque houve a necessidade de submeter a vários outros exames. Não se tratava dessa doença da vaca loca. Foi um príon encontrado num animal de 13 anos [a doença normalmente ocorre em animais adultos de até 5 anos].

Quando o Paraná pode voltar a exportar carne bovina?

Nós estamos nos esforçando para eliminar de vez de nosso meio os velhos resquícios da crise da aftosa de 2005. Não temos casos dessa enfermidade. Vamos enfrentar em 2013 uma ação consistente em brucelose e tuberculose bovina para qualificar o rebanho e o leite. Estamos prontos para dar um passo decisivo e reconquistar mercados internacionais.

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