O contingenciamento em gastos do governo federal “não vai ser pequeno”, mas não vai paralisar o Executivo, defendeu nesta quinta-feira (21) a presidente Dilma Rousseff. Em entrevista a jornalistas, ela afirmou ainda que a aprovação, pelo Congresso Nacional, do pacote de ajuste fiscal é “fundamental” para o Brasil “virar a página” da crise econômica.
Dilma ainda enviou um recado de apoio ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, peça-chave na definição de cortes e nas negociações com deputados e senadores para aprovação de propostas que tratam do ajuste.
“Eu não tenho a mesma posição em relação ao Joaquim Levy do senador [Lindbergh Farias, PT-RJ]. O Joaquim Levy é da minha confiança, fica no governo”, afirmou pouco antes de receber em almoço o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.
Sobre o contingenciamento, a ser anunciado nesta sexta (22), Dilma preferiu não dizer as cifras, mas falar sobre o “conceito” do corte: “Vai ser um contingenciamento nem tão grande que não seja necessário, nem tão pequeno que não seja efetivo, que não provoque nada. Ele tem de ser absolutamente adequado.”
A presidente argumentou que será uma “boa economia” para o país “crescer e ter sustentabilidade de crescimento”.
Derrotas
Questionada sobre as sucessivas derrotas no Congresso para aprovação de medidas provisórias que tratam de redução de benefícios fiscais e trabalhistas, a presidente argumentou que o país vive uma democracia. “Não existe a hipótese em que o Executivo pode dizer: olha, aprova, viu! O que se faz? Se dialoga”, disse.
Dilma argumentou que depois de fazer desonerações e expansão do crédito, como forma de garantir emprego e renda à população, é hora de tomar novas medidas. “Acontece que tem um limite. Agora temos de recompor as nossas contas fiscais para poder prosseguir. Como é que a gente recompõe? Com essas duas medidas MPs [medidas provisórias] e com o projeto de lei da desoneração”.
A presidente informou ainda que no próximo dia 9 de junho será anunciado o pacote de concessões, para investimentos em infraestrutura, como portos e aeroportos.
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