O ministro da Fazenda do governo Michel Temer, Henrique Meirelles, já começou a montar sua equipe. Ele convidou o especialista em contas públicas Mansueto Almeida para assumir a Secretaria do Tesouro Nacional, que hoje é comandada por Otávio Ladeira.
O ex-diretor do Banco Central e diretor da J&F, Carlos Hamilton Araújo, também vai integrar o time de Meirelles. Ele poderá ficar no comando da Secretaria de Política Econômica (SPE), que é chefiada por Manoel Pires, ou da Secretaria-Executiva da Fazenda, onde está hoje Dyogo Oliveira.
O atual secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, permanecerá no cargo. Meirelles ainda escolherá o nome do novo presidente do Banco do Brasil. Ele, no entanto, não indicará nomes para o BNDES. Essa articulação está sendo feita pelo futuro ministro do Planejamento, Romero Jucá.
Em entrevista à Gazeta do Povo na última semana, Almeida disse que o governo precisa fazer um esforço fiscal de R$ 240 bilhões, uma cifra muito difícil de ser obtida em dois anos. Em sua opinião, será preciso mais tempo – no curto prazo, é possível zerar o déficit fiscal com alguns cortes e um aumento transitório na carga tributária.
Segundo ele, as contas públicas podem ser corrigidas com uma combinação de teto para o gasto e desvinculação maior de receitas, o que permitiria que o governo remanejasse receitas de maneira mais livre e não precisasse aumentar certos gastos quando a receita voltar a subir. Essas ideias estão alinhadas com o discurso da equipe do presidente interino Michel Temer, que deve apresentar essas propostas ao Congresso.
Almeida é pesquisador do Ipea e está afastado do órgão federal. Em 2014, ele fez parte da equipe de colaboradores do então candidato à presidência do PSDB, Aécio Neves.
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