Curitiba A Copel registrou no primeiro semestre deste ano um aumento de 14% no lucro líquido, que atingiu R$ 196,7 milhões nos primeiros seis meses de 2005, contra R$ 172,8 milhões em 2004. O balanço, divulgado ontem pela empresa, indica que esse crescimento só foi possível com a redução de despesas financeiras, como juros de dívidas.
Mesmo com a redução do desconto dado aos clientes que pagam em dia, ocorrida no início do ano, e uma expansão de 3,9% no consumo, as receitas operacionais da Copel não acompanharam o crescimento das despesas. No primeiro semestre do ano, a companhia viu explodirem os custos com compra de energia, resultado do leilão promovido pelo Ministério de Minas e Energia. O gasto para adquirir eletricidade subiu 61%, chegando a R$ 784 milhões no período de janeiro a julho de 2005.
Custos com uso de rede elétrica, material e combustíveis também cresceram acima da receita. No total, a Copel registrou gastos operacionais de R$ 2,029 bilhões, uma elevação de 38% ante 2004. A receita operacional líquida subiu 30,5% e chegou a R$ 2,356 bilhões. O aumento de custos foi compensado por uma redução de 78% nos gastos financeiros, que passaram de R$ 51 milhões para R$ 10 milhões. Com isso, a Copel fechou o semestre com aumento de 10,4% no lucro operacional, que foi de R$ 321 milhões.
Para o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, um dos principais destaques do semestre foi o crescimento do consumo, que andava a passos tímidos desde o racionamento de energia de 2001. Isso indica a necessidade de novos investimentos ponto que também é ressaltado por Ghilardi. "Programamos destinar às obras de ampliação, modernização e melhoria dos nossos serviços algo como R$ 500 milhões no ano todo", afirma. Nos primeiros seis meses de 2005 foram aplicados R$ 119,2 milhões em obras de distribuição e R$ 61,1 milhões em transmissão.
De acordo com o balanço, a Copel deixou de provisionar recursos para a compra de gás natural para a usina UEG-Araucária desde junho. No total, a empresa já havia separado R$ 665 milhões para esta conta. A companhia também anunciou aos investidores que terminou o processo de emissão de debêntures não conversíveis em ações no valor de R$ 400 milhões. Os recursos foram usados para quitar uma emissão de eurobônus de US$ 150 milhões feita em 1997.
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