A Copel pretende colocar a termelétrica UEG Araucária em funcionamento até o fim do ano. A companhia vem sendo consultada por consumidores livres (grandes empresas) e por distribuidoras de outros estados que estão com dificuldades para comprar energia no mercado à vista e avalia que há espaço para vender rapidamente parte da produção da UEG. Além disso, a empresa vai habilitar a usina para que ela ofereça seus 469 megawatts de potência no próximo leilão promovido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em junho, quando serão firmados contratos para fornecimento a partir de 2009.
Para entrar em funcionamento, a UEG deve receber novos investimentos da Copel, que assumirá o controle da termelétrica em cerca de duas semanas. Serão necessários R$ 11 milhões para que as instalações funcionem de forma adequada. O dinheiro será usado para montar um sistema de segurança que permita a conexão da UEG ao sistema de distribuição e para sanar um vazamento na unidade em que é feito o processamento do gás natural, combustível usado para girar as turbinas.
De acordo com o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, existe ainda a possibilidade de essa unidade de processamento ser desmontada e vendida. "Em um momento se disse que as turbinas não eram compatíveis com o gás e foi erguida a unidade. Mas agora o fabricante do equipamento diz que é possível usar o combustível", diz Ghilardi. Como a estrutura, que custou US$ 43 milhões, separa gases que podem ser vendidos, haveria interesse por ela no mercado.
Outro problema que deve ser avaliado pela Copel é o fornecimento de combustível para a usina. Hoje a UEG está sem um contrato que garanta o gás para mover suas turbinas. A Petrobrás assumiu um compromisso vago, dizendo que fará esforços para levar gás natural ou outra fonte de energia à usina a partir de 2010. "Por isso devemos inscrever a UEG como uma usina bicombustível no próximo leilão", explica Ghilardi. A conversão da termelétrica para outros combustíveis, como óleo diesel, custaria R$ 30 milhões e será avaliada conforme a evolução do mercado de gás, que é mais barato que outros derivados de petróleo.
No curto prazo, a UEG pode procurar gás no mercado à vista, comprando um volume que não está sendo usado por empresas com contratos firmes. Isso facilitaria a venda de energia para consumidores livres, por exemplo. Para o leilão, essa opção não é viável, já que a CCEE exige acordos de longo prazo. Assim, a usina se encaixará em um modelo de venda em que é fixado um preço mínimo para cobrir os custos fixos da geração. A cobrança referente ao combustível é fixada mais tarde. "É possível dessa forma remunerar o investimento que estamos fazendo", destaca Ghilardi. No último leilão, o megawatt de energia das térmicas bicombustíveis foi cotado a R$ 138, perto da estimativa de custo da UEG, de R$ 140.
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