Campo Largo e Guarapuava também terão reajustes na tarifa
As concessionárias Companhia Campolarguense de Energia (Cocel), de Campo Largo, e Companhia Força e Luz do Oeste (CFLO), que opera em Guarapuava, também tiveram seus reajustes tarifários aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta terça-feira (24). Segundo a Agência, a readequação da tarifa é válida, principalmente, por causa do aumento dos custos que as distribuidoras tiveram com compra de energia da concessionária supridora, a Copel.
Os reajustes previstos pela Cocel são de 37,24% para redes de baixa tensão e 43,44% para redes de alta tensão, o que implica aumento médio de 40,42%. Tarifas residências poderão subir 35,67%. O aumento afetará 46 mil unidades consumidoras de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba.
Já a Companhia Força e Luz do Oeste está autorizada e aumentar as tarifas de baixa e alta tensão em, respectivamente, 38,54% e 49,64%. A média do aumento entre baixa e média tensão fica em 42,73%. Nas casas o reajuste previsto é de 36,54%. A concessionária opera para 54 mil unidades consumidoras de Guarapuava.
Grupo protesta contra aumento
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza um protesto nesta terça-feira (24), em Curitiba, contra o aumento na tarifa de energia.
O grupo é contrário ao reajuste no Paraná e também reivindica por uma resposta da Copel aos atingidos pela enchente do Rio Iguaçu nas áreas de barragens nas últimas semanas.
Aumento revela o preço da crise energética
Muita gente pode não ter prestado atenção às notícias sobre a crise energética. Hoje o consumidor paranaense não vai mais poder ignorá-la. Ela existe e tem custo alto. Como se chegou a um porcentual tão elevado, de 35%? Há quatro fatores que precisam ser levados em conta. Custos que aumentam por causa da inflação, hoje de 6,5% ao ano, aumento de custos operacionais da própria Copel, o repasse represado no ano passado e a falta crônica de energia no mercado.
De todos os fatores, o custo operacional é o que menos pesa. A Copel vem cortando gastos, inclusive com um PDV amplo, que reduziu a folha de pagamentos da área de distribuição. A inflação está alta, como sabemos. Do ano passado, foram herdados 4 pontos porcentuais. E aí vem a crise de fornecimento. Desde 2012 o sistema elétrico usa as usinas térmicas de forma continuada. Elas são mais caras e o custo é repassado ao consumidor. Ao mesmo tempo, a Copel estava descontratada, ou seja, não tinha fornecimento garantido para toda a energia vendida a seus consumidores. No fim de abril, ela fechou essa lacuna, mas pagou mais caro. O custo maior veio já nesta conta.
Aumentar ou não o preço não é uma decisão só da Copel. Hoje a Aneel, agência que regulamenta o setor, cuida para que, separadamente, as operações de geração, transmissão e distribuição das empresas tenham saúde financeira. Não é uma opção para as empresas usarem o lucro da geração para sustentar um preço mais baixo na distribuição. Aumentar o preço abaixo dos 35% médios autorizados pela agência depende de uma negociação em que fique provado que a operação não será prejudicada por essa decisão. Outra opção usada no passado é o desconto para o consumidor que paga pontualmente. É legal, mas penaliza os acionistas, entre eles o próprio governo do estado.
Guido Orgis, editor-executivo de Economia
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou que vai pedir o adiamento de parte do reajuste médio de 35% na tarifa de energia concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta terça-feira (24). Segundo o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, a companhia já solicitou à agência o efeito suspensivo ao reajuste e vai aguardar resposta da agência enquanto estuda o porcentual a ser postergado para o próximo reajuste, em junho de 2015, assim como já ocorreu em 2013. O diferimento também depende da aprovação da Aneel
INFOGRÁFICO: Veja a evolução da tarifa residencial da Copel
Com o pedido de efeito suspensivo, o aumento que deveria ser aplicado a partir desta terça-feira (24), data do reajuste da concessionária, fica suspenso até que a Aneel avalie a situação. A decisão foi tomada após a manifestação do governador Beto Richa nas redes sociais. "Vamos pedir à Aneel a suspensão da aplicação para buscar uma solução junto com a Copel", disse Richa em sua conta no Twitter, na manhã desta terça-feira.
A Aneel aprovou um reajuste médio de 35,05% na tarifa média cobrada pela Copel. O valor é superior ao índice solicitado pela empresa, de 32,4%. Pela rede social Facebook, o governador Beto Richa (PSDB) informou que foi "surpreendido" com a decisão da Aneel e que iria solicitar a suspensão da aplicação do reajuste.
Nas residências, que utilizam a rede de baixa tensão, o aumento autorizado pela Aneel foi de 33,49%. Para as ligações de alta tensão, o reajuste pode ser de até 37,35%. A medida afeta 4,2 milhões de unidades consumidoras localizadas em 393 municípios do Paraná e passa a valer a partir de hoje.
O aumento foi autorizado pela diretoria da Aneel, em reunião nesta terça-feira. Os principais aspectos que pesaram na conta, segundo informações divulgadas pela agência reguladora, foram o aumento dos custos que a distribuidora teve com compra de energia, a necessidade de contratar energia nos leilões para suplementação por meio de contratos de energia por disponibilidade e por quantidade (energia com maior custo), e variação da tarifa de Itaipu.
Copel pediu reajuste médio de 32,4%
No final de maio, a empresa de energia do Paraná enviou à Aneel um pedido de reajuste médio de 32,4% a ser aplicado aos consumidores a partir do dia 24 de junho. Na época em que pediu o aumento, a Copel informou que o item que mais pesou na composição do Índice de Reajuste Tarifário Pleiteado (IRT) foi a compra de energia, que equivale a 19,1% do total solicitado pela companhia neste ano.
Esse custo foi fortemente pressionado pela queda do nível dos reservatórios de hidrelétricas e pelo acionamento constante das usinas térmicas. O valor representa aumento de quase nove pontos porcentuais em relação ao mesmo custo apresentado em 2013 (10,4%). Essas despesas compõem a chamada "parcela A", referente aos custos não gerenciáveis, ou seja, aqueles sobre os quais a empresa não tem controle.
Completam ainda o porcentual solicitado pela Copel 1,5% da "parcela B", formada basicamente pelos custos operacionais da companhia, e outros 11,8% dos componentes financeiros, que representam a diferença entre as despesas que a empresa já pagou e o que ela recebe por meio das tarifas, e que precisa ser compensado ao longo dos próximos 12 meses.
No custo dos componentes financeiros estão inclusos 5,1% do reajuste tarifário de 2013 autorizado pela Aneel que não foi repassado ao consumidor. Na ocasião, a pedido do governo do estado, a Aneel permitiu o parcelamento do aumento concedido de 14,6%, aplicando um aumento médio de 9,5% em 2013 e deixando o restante para entrar no cálculo da tarifa deste ano.
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