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Na bolsa, informação é sempre fundamental

Para quem vai criar ou participar de um clube de investimento, assim como para quem investe individualmente, informação é fundamental. "Até para deixar a administração do dinheiro na mão de outra pessoa você precisa aprender e ter informação", orienta o gerente do Instituto Nacional de Investidores (INI), Paulo Portinho. "Por mais que você não tenha tempo, ou não goste do assunto, você precisa saber o que quer e como funciona o mercado para ter certeza que o profissional escolhido tem a mesma visão que você."

Quem vai optar por um clube aberto, diz Portinho, deve estudar o histórico de rendimento do grupo. "É exatamente como investir diretamente em ações. É preciso ver se o clube teve bons resultados nos últimos 3 ou 4 anos." Entenda-se aqui por "bons resultados" um desempenho melhor que o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). "Claro que não dá pra ganhar sempre. Mas o ideal é ter ficado melhor que o índice em 69% ou 70% das vezes", diz Portinho. "Não é uma garantia, mas é um indício de qualidade." (CS)

Até pouco tempo atrás, a grande maioria dos clubes de investimentos eram formados por investidores que não se conheciam. São os chamados clubes abertos, criados e administrados pelas corretoras, e disponíveis para qualquer interessado que cumpra as regras estabelecidas – como o valor do aporte mínimo, por exemplo –, independentemente de qualquer outro vínculo.

No entanto, o número de grupos desse tipo caiu – muitos deles foram fechados ou transformados em fundos de investimento, por exemplo – depois que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a proibir que eles fossem divulgados como produtos financeiros pelas corretoras. "Eles não vão acabar. Mas a tendência agora é que o formato de clube seja mais restrito aos grupos com familiaridades", explica o gerente do Instituto Nacional de Investidores (INI), Paulo Portinho.

A grande diferença entre os clubes abertos e fechados, na avaliação de Portinho, não é o resultado, e sim o envolvimento dos cotistas. "No mercado de renda variável, não se pode garantir que um gestor profissional terá um resultado melhor que aquele investidor que se propõe a estudar e investir acompanhando o mercado", diz. "A diferença básica é que, em um clube aberto, você não precisa se envolver."

Por isso mesmo, dependendo do perfil do investidor, eles podem ser uma boa escolha. Na opinião do gerente, os clubes abertos são indicados para aqueles que não tem tempo, ou mesmo interesse, para aprender a gerenciar suas ações. "Pode ser um caminho para começar a investir com pouco dinheiro, R$ 200 ou R$ 300, por exemplo, até aprender a dinâmica do mercado", sugere.

Foi exatamente nisso que a bacharel em relações internacionais Camila Leite Marder pensou quando decidiu participar de dois clubes abertos, em março deste ano. "Não queria arriscar muito sem conhecer nada do mercado", diz. "Além disso, se estivesse investindo sozinha, teria que verificar toda hora o andamento dos papéis e não é isso que eu quero."

Ela conta que estudou as opções disponíveis na sua corretora de confiança e optou por duas que têm mais a ver com o seu perfil. "Apliquei uma parcela menor do dinheiro em um grupo que investe em empresas jovens com potencial, e por isso é mais arriscado. Para o restante, optei por um grupo de perfil mais conservador." Camila faz aportes novos mensalmente e se diz satisfeita com os resultados até agora. O rendimento no grupo mais conservador tem sido de cerca de 2% ao mês. "No CDI não chegaria a 1%." Ela não descarta, no entanto, a possibilidade de investir sozinha no futuro. "Quando eu estiver mais confiante e tiver mais tempo, pode ser."

O gerente do INI vê outra diferença importante entre os tipos de clube. Para Portinho, os grupos fechados fazem com que o investidor seja mais disciplinado, já que está comprometido com os amigos ou colegas de trabalho. "Nesse caso, o comprometimento é de todos. Vocês estabelecem metas e tendem a ser mais rigoroso com os aportes mensais, por exemplo."

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