A multinacional de cosméticos Coty, uma das maiores do mundo, comprou nesta segunda-feira (2) toda a divisão de cosméticos da brasileira Hypermarcas, por cerca de R$ 3,8 bilhões.
A aquisição abrange marcas como Risqué, Monange, Bozzano, e Cenoura & Bronze da divisão de cosméticos da Hypermarcas, que gerou receita de R$ 977,5 milhões em 2014.
Elas se juntarão a um portfólio que inclui marcas como OPI, líder mundial no setor de esmaltes, e diversos perfumes, entre eles Calvin Klein e Davidoff.
Em fato relevante publicado nesta quinta, a empresa informa que “os recursos provenientes da transação serão utilizados preponderantemente para redução do endividamento líquido da companhia”.
Com a venda, a Hypermarcas fica mais perto de um antigo objetivo de se tornar uma empresa exclusivamente farmacêutica, deixando de lado sua carteira de itens de bens de consumo para focar a produção de medicamentos. Ela já ocupa hoje posição de liderança no ranking de fabricantes de remédios no Brasil.
“Quando finalizada, a transação marcará um passo transformador para a Hypermarcas, cujo foco estratégico estará voltado para o mercado farmacêutico, que oferece potencial atrativo de crescimento e rentabilidade no longo prazo”, disse a empresa no comunicado.
Surpresa
O negócio fechado nesta segunda-feira surpreende o mercado, que esperava que a Hypermarcas anunciaria primeiro a venda de sua divisão de fraldas, que reúne marcas como Cremer Disney, Pompom e Sapeka e que têm sido alvo de rumores de uma transação iminente desde o início do ano.
A aquisição realizada pela Coty, empresa fundada em Paris em 1904, ocorre em um momento de incertezas sobre a atração de investidores estrangeiros no Brasil.
Fundada em 2001, a Hypermarcas é campeã em medicamentos isentos de prescrição médica, com marcas como Benegrip, Engov e Rinosoro. É vice-líder em cosméticos para a pele e detém a terceira posição em medicamentos genéricos.
A companhia também é líder em preservativos, com 50% do mercado através das marcas Jontex, Olla e Lovetex, e adoçantes, com Zero-Cal, Finn e Adocyl, que têm penetração no varejo farmacêutico.
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