Em 2014, empréstimos para a casa própria devem crescer, pelo menos, 15%| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Valorização amena

Segundo o Sinduscon-PR e outros analistas, a tendência é de que os preços dos imóveis, que subiram muito nos últimos anos, agora tenham valorização real (já descontada a inflação) de 2% a 5%.

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O boom do mercado da construção fez com que, pela primeira vez na história, o crédito imobiliário superasse o crédito pessoal no Brasil. Segundo dados do Banco Central, o saldo de financiamentos imobiliários atingiu R$ 326,4 bilhões em outubro, contra R$ 317,6 bilhões do crédito pessoal.

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Desde agosto, o setor imobiliário está na dianteira dos empréstimos e a tendência é se manter assim nos próximos anos. A combinação de fartura de crédito e crescimento do volume de lançamentos nos últimos anos colocou o setor em um novo patamar. A parcela de financiamentos imobiliários sobre o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 1,7% em 2007 para quase 8% nesse ano.

A expectativa é que esse porcentual chegue a 10% até 2015. "Ainda assim estaremos abaixo de países como Chile e México", diz Normando Baú, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR).

Mesmo com o ritmo menor de lançamentos – em 2013 o volume de unidades verticais colocadas no mercado caiu 32%, para 6 mil – o setor segue batendo recorde de financiamentos.

A projeção da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é de um crescimento de 20% no financiamento imobiliário com recursos da poupança (para compra e construção de imóveis) em 2013 e supere os R$ 100 bilhões. No próximo ano, as concessões devem aumentar, no mínimo, 15%.

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"Não vemos nenhuma alteração no mercado de crédito para o próximo ano e o cenário para renda e emprego permanece favorável", diz Baú.

O setor deve permanecer como a principal fonte de endividamento das famílias, uma mudança de perfil positiva na análise da maioria dos economistas. Por ser uma forma de financiamento com juros mais baixos, de longo prazo, e que representa aumento de patrimônio, o crédito imobiliário é considerado mais saudável do que outras modalidades. "Com essa mudança, o Brasil passa a ter um padrão de endividamento semelhante ao da maioria dos países da Europa, dos Estados Unidos e do México", diz Fábio Tadeu Araújo, economista da Brain, consultoria especializada no setor imobiliário.

O crescimento do crédito imobiliário é um fenômeno recente, começou há cerca de dez anos, quando os bancos, por meio de uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), foram incentivados a emprestar recursos da poupança para o setor. Até então os bancos podiam emprestar, mas não o faziam porque era mais interessante deixar esse dinheiro na forma de depósito compulsório remunerado pelos títulos do Tesouro Nacional. Com o tempo, a figura da alienação fiduciária e a redução da taxa de juros também ajudaram o segmento a crescer.

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