Inadimplência sobe e volta ao maior patamar desde 2009
A inadimplência das famílias voltou a subir em abril, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta sexta-feira (25)
A inadimplência nos financiamentos para a compra de veículos feitos por pessoas físicas bateu novo recorde em abril, segundo o Banco Central (BC). A taxa de atrasos acima de 90 dias passou de 5,7% em março para 5,9% em abril. Desde dezembro, a inadimplência nessa modalidade de empréstimo já subiu 0,9 ponto porcentual.
Os empréstimos com atrasos entre 15 e 90 dias recuou de 8,6% em março para 8,5% em abril, ainda acima dos 7,6% registrados em dezembro do ano passado. O indicador é utilizado para antecipar a tendência da inadimplência,
Outra linha de crédito que registrou aumento da inadimplência em abril ante março foi o crédito pessoal. Aqui, a taxa passou de 5 3% para 5,5%. Nos empréstimos para aquisição de bens, os atrasos também cresceram, de 12,9% para 13,4% na mesma base de comparação.
Entre as linhas de financiamento, apenas o cheque especial apresentou redução na inadimplência, que passou de 10,6% em março para 10% em abril. A taxa é a menor desde outubro de 2011, mês em que ficou em 9,5%.
Menor prazo
O prazo dos empréstimos para aquisição de veículos voltou a cair em abril, retornando ao menor nível desde agosto de 2009. A média do estoque de financiamentos recuou de 519 dias em março para 515 dias no mês passado. É o 10º mês seguido de queda. Em agosto de 2009, estava em 513 dias. O recorde para esse indicador foi registrado em dezembro de 2010, com 568 dias, mês em que o BC anunciou medidas macroprudenciais de restrição a operações com prazos acima de 60 meses. Na segunda-feira, o governo anunciou mais medidas para impulsionar o crédito para veículos e ampliar prazos. Foi mantida, no entanto, a restrição às operações acima de cinco anos.
A taxa de juros para esses empréstimos recuou pelo segundo mês seguido, de 26,5% em março para 26% ao ano em abril, menor patamar desde dezembro de 2010 (25,2% ao ano). O recuo se deve, em parte, à redução no spread bancário de 17,3 pontos porcentuais para 17,1 pontos, na mesma comparação. Esse spread ainda é o maior desde janeiro, quando a taxa estava em 16,6 pontos. O spread representa a diferença entre o custo do banco para tomar dinheiro no mercado e o juro cobrado dos clientes.
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