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Montadoras

Crise da Volks se reflete no Paraná

A crise da Volkswagen, que em maio apresentou um plano de reestruturação da operação no Brasil que inclui a demissão de 6 mil funcionários no país, começa a refletir nos fornecedores de peças. A multinacional alemã Kromberg & Schubert, que produz chicotes elétricos e tem na Volks um de seus principais clientes, vai fechar, ainda este mês, a sua unidade no Paraná. Dos aproximadamente 600 funcionários que trabalhavam na empresa até o mês passado, só restam dez. A notícia reforça a insegurança dos trabalhadores do setor, que temem pelo futuro do parque automotivo paranaense.

A justificativa da Kromberg & Schubert para a mudança de endereço é econômica: quando a unidade foi instalada no Paraná, o piso da maioria de seus funcionários era de R$ 491 por 44 horas semanais. No ano passado, o piso subiu para R$ 714 por 42 horas semanais. Com a queda na produção, a empresa ficou, desde o final do ano passado, com 50% de ociosidade nas suas duas unidades do Brasil – em São José dos Pinhais e em Itatiba, interior de São Paulo. Como o piso em Itatiba é de R$ 610 por 44 horas semanais, a empresa decidiu concentrar a produção no interior paulista. Segundo a Kromberg & Schubert, antes da decisão houve a tentativa de negociar com o sindicato local. A empresa ressalta qua a unidade de São José dos Pinhais apresentava vantagens, como a localização, mas que a diferença salarial foi considerada decisiva.

A saída da Kromberg aumentou os rumores de que outras empresas estariam deixando o pólo automotivo paranaense, como a fabricante de retrovisores Metagal. Segundo o diretor da Metagal, Hamilton Marins, a empresa não está deixando o Paraná, mas coincidentemente está mudando de endereço. Vai deixar a sede própria e se instalar dentro do parque da Volks.

Os cerca de 3,8 mil funcionários da Volks no Paraná estão em férias coletivas por dez dias desde segunda-feira. Esta é a quarta vez este ano que a empresa interrompe a produção, total ou parcialmente. Há um mês, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba decidiu não negociar os 1,4 mil cortes anunciados pela multinacional alemã para a fábrica no Paraná.

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