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Iluminação

Crise energética dá empurrão ao mercado de lâmpadas LED no Brasil

Cada vez mais baratas, lâmpadas LED vem conquistando o consumidor, diz Camila Feres, supervisora de iluminação do Irmãos Abage. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Cada vez mais baratas, lâmpadas LED vem conquistando o consumidor, diz Camila Feres, supervisora de iluminação do Irmãos Abage. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A crise de energia está transformando o LED na grande estrela do mercado de iluminação. Diante do susto na conta de luz, uma parcela crescente de consumidores está gastando mais com lâmpadas de LED agora para reduzir custos e aumentar a eficiência energética no médio e longo prazo. Resultado: em menos de um ano, o LED passou de tendência à realidade no mercado nacional.

Da fabricação e importação ao varejo, a expansão do LED é um caminho sem volta no país, garantem especialistas. Em 2014, o número de lâmpadas de LED vendidas no Brasil foi de 20 milhões de unidades, seis vezes mais do que em 2011, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux). Trata-se de uma fatia ainda pequena diante de um mercado de mais de 500 milhões de lâmpadas. Nesse ritmo, contudo, o LED deve abocanhar metade do total de vendas do setor nos próximos três anos, estima a associação.

Além do impulso da crise energética, a queda de 50% no preço do LED no mercado mundial nos últimos 12 meses barateou o custo das lâmpadas e foi decisiva para que essa tecnologia deslanchasse no país. A explicação está no ganho de escala da indústria mundial de LED, dominada, sobretudo, pela China, origem de 95% dos produtos que chegam ao Brasil, segundo Georges Blum, presidente-executivo da Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação (Abilumi). Em 2014, foram 25 milhões de lâmpadas importadas, aumento de 50% em relação a 2013.

“Mesmo com o cenário desfavorável do dólar, tivemos uma redução importante do preço para importação. Hoje pagamos entre 25% e 30% do valor que pagávamos há um ano”, afirma Bruno Rossi, diretor comercial da Empalux, de Curitiba. “Em 2014, a participação dos produtos de LED nas vendas totais da empresa fechou em 10%. Este ano esperamos fechar na casa dos 50%. Até o ano quem vem, acreditamos que 60% a 70% do nosso negócio seja LED”, acrescenta.

A tecnologia também está absorvendo uma fatia interessante do mercado nacional de lâmpadas incandescentes, que estão saindo gradualmente dos pontos de venda. “Essa demanda vai migrar para algum lugar. Esperávamos que fosse para as fluorescentes, mas, com o aumento da conta de luz, grande parte dos consumidores está migrando diretamente para o LED”, afirma Eloir Pereira, gerente de marketing da Foxlux, que projeta um crescimento de 10% neste ano, metade disso no segmento de LED.

Mesmo com o cenário desfavorável do dólar, tivemos uma redução importante do preço para importação. Hoje pagamos entre 25% e 30% do valor que pagávamos há um ano.

Bruno Rossi diretor comercial da Empalux.

Na prática, o reflexo mais claro do crescimento dessa tecnologia no país está no varejo. Na Irmãos Abage, a argumentação com o cliente ficou mais fácil, garante Camila Feres, supervisora de iluminação da rede. “Há cerca de seis anos, o marketing do LED era a sustentabilidade. Hoje é a economia”, conta.

A queda do preço tem um apelo forte junto ao consumidor. As lâmpadas dicroicas, que antes custavam entre R$ 80 e R$ 150, custam hoje entre R$ 15 e R$ 36. Com a demanda em alta, a rede teve de reforçar os pedidos juntos aos fornecedores. Os carregamentos saltaram de 6 mil para aproximadamente 12 mil lâmpadas e a empresa já está se preparando para pedidos de até 15 mil lâmpadas.

“Nos perdemos na expectativa de aumento das vendas, pois esperávamos algo em entre 10% e 20% ao ano, mas fomos surpreendidos pela grande demanda”, diz Camila. As lâmpadas halógenas e incandescentes não chegam a 10% do faturamento da rede. O LED, por sua vez, está atingindo uma fatia de 50%.

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