Mais da metade dos restaurantes, lanchonetes e padarias de Curitiba (52%) tiveram queda no faturamento de janeiro a setembro deste ano, sendo que para a maior parte (44%) a diminuição de receitas foi acima de 10%.
Além disso, 80% dos estabelecimentos afirmaram que a retração também atingiu o fluxo de clientes. Neste caso, a diminuição de movimento superou 10% para 69% deles. Os dados são de uma pesquisa da consultoria ECD, especializada em alimentação fora de casa, feita com 200 estabelecimentos em cinco capitais, incluindo a paranaense.
De acordo com Enzo Donna, diretor da ECD, o segmento mais afetado foi o de lanchonetes, que não conseguiu compensar a perda de clientes aumentando preços. “Os restaurantes à la carte foram os que mais perderam público, mas conseguiram repassar preços. Por isso, não perderam tanto faturamento”, afirma.
Segundo o diretor, a classe C é o principal público das lanchonetes. Essa faixa de renda foi a que mais sentiu queda no poder de compra com a crise. “Quem conseguiu se defender mais foi o pessoal de padaria, porque é multicanal.”
Enquanto isso, 28% dos empresários da capital afirmaram que conseguiram manter o faturamento nos mesmos níveis de 2014 e 20% chegaram a aumentar suas receitas, sendo que 16% em mais de 10%.
O restaurante curitibano Cores da Frida, que serve almoço durante o dia e hambúrgueres e comida mexicana à noite, no Uberaba, fez uma adequação de preços para não perder clientes. O valor do quilo passou de R$ 39,90 para R$ 37,90.
“As pessoas procuram preço e qualidade. Com essa diminuição conseguimos inclusive crescer no movimento”, afirma a gerente Izabel Rocha. Na pesquisa, somente 7% dos estabelecimentos da capital afirmaram terem conseguido aumentar o fluxo de clientes este ano.
Empregos
Um dos principais reflexos da crise é o aumento na dispensa de funcionários. Apesar disso, a maioria dos restaurantes, lanchonetes e padarias curitibanos preferiu manter o quadro de trabalhadores (cerca de 53%) a demitir. Mesmo assim, aproximadamente 42% se viu obrigada a cortar funcionários este ano e apenas 3% contrataram. Entre as empresas que demitiram, o corte representou, em média, 27% do total de empregados. Neste quesito, os empresários curitibanos estão acima da média encontrada nas demais capitais (20%).
Otimismo
Apesar do ano difícil para os donos de estabelecimentos de comida fora de casa, apenas 11% dos empresários ouvidos pela pesquisa da ECD afirmaram que ainda pretendem demitir no ano que vem e 42% pretendem investir em novos equipamentos. O número reflete um otimismo acima da média nacional, registrada em 39%, no quesito intenção de investimentos. Com relação às expectativas de faturamento, 73% dos empresários esperam aumentos no faturamento no ano que vem.
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