O investimento das empresas de telecomunicações no país este ano já alcança R$ 19 bilhões. O número é um recorte dos meses de janeiro a setembro e inclui gastos empresas de todos os serviços, como telefonia fixa, móvel, internet e TV por assinatura.
O valor supera em 8% os investimentos feitos ano passado e não incluem pagamentos das teles com a expansão da cobertura 4G. "Por vezes não colocamos esses valores com pagamento de outorgas na lista de investimentos, assim evitamos distorções ao comparar investimentos entre um ano e outro", explicou Eduardo Levy, presidente executivo do Sinditelebrasil, sindicato que representa as empresas de Telecom.
Leilão
No leilão da tecnologia 4G, realizado no fim de setembro, Claro, Tim, Vivo e Algar arremataram novas frequências para prestar o serviço e pagarão R$ 5 bilhões por isso. D
e acordo com Eduardo Levy esses pagamentos estão sendo feitos ao longo deste mês. Segundo ele, "algumas" empresas já resolveram essas pendências com o governo. Espera-se que as teles concluam a operação financeira até esta sexta-feira (5).
No setor, comentava-se sobre o risco das empresas não efetuarem esse pagamento em 2014. O risco estava relacionado a uma intenção das teles vencedoras do leilão em entrar na Justiça. O motivo seria uma cobrança feita pelo governo e que foi considerada indevida.
A fatura emitida pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) estava R$ 184 milhões acima do esperado. A agência negou o problema e disse que os cálculos estavam corretos. Eles incluíam créditos tributários que, possivelmente as empresas desconsideraram em suas análises.
Crescimento
Neste ano, a receita bruta das empresas de telecomunicações também cresceu. Passou de R$ 167 bilhões, de janeiro a setembro de 2013, para R$ 174 bilhões no mesmo período de 2014. Crescimento de 4%. Ao longo deste mesmo período o número de celulares no país aumentou 3%. Pulou de 270 milhões para 279 milhões.
"Esperamos um crescimento no consumo agora muito maior que número de chips ativos, porque para isso há um limite", explicou Levy. Na telefonia fixa, o crescimento foi de 2%. Mesmo percentual de crescimento esperado para 2015.
Neste ano, o número de residências com aparelho telefônico subiu de 45 milhões para 46 milhões, dados comparados entre os resultados de outubro. Para TV por assinatura, o crescimento foi de 13% neste ano, dados também verificados até o mês de outubro. Passando de 18 milhões de assinantes para 20 milhões. Para 2015 a expectativa é de um crescimento pouco inferior, de 12%.
O maior crescimento se apresenta para o serviço de banda larga. Apenas este ano houve uma expansão de 46% no acesso dos usuários. De 122 milhões de conexões fixas e móveis para 179 milhões. Enquanto a cobertura do 4G está disponível para 40% da população, a cobertura 3G, segundo as empresas do setor, já pode conectar até 92% da população do país.