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Umuarama – O maior município do Noroeste do estado já viveu dias melhores. Até os anos 1980, o ritmo do crescimento de Umuarama era ditado pela rica cultura do café. Veio a geada, a destruição dos cafezais e a crise se instalou. Dos 150 mil habitantes que havia 20 anos atrás, hoje restam cerca de 100 mil. A redução se deve, também, ao desmembramento de três distritos emancipados, mas a cidade sentiu o baque. "Foi necessário muito trabalho para voltar a crescer", disse o prefeito Luiz Renato Ribeiro de Azevedo, durante a sexta etapa do Fórum Futuro 10 Paraná, no dia 18, em Umuarama. A boa notícia é que há bons sinais da retomada.

Uma fábrica de torneiras que está se instalando na cidade criará 300 empregos. Uma nova sala de desossa, para industrializar carne bovina, abrirá mais 200 vagas, mesmo número que será aberto por uma nova lavanderia industrial. "Esses investimentos estão dinamizando a economia", afirmou Azevedo. É o que espera, por exemplo, o empresário Joaquim Fernandes Martins, dono da rede de supermercados Planalto. Com seis lojas e 500 funcionários, Martins quer ver a indústria fortalecida em Umuarama, para reduzir a dependência da agricultura. "Toda vez que acontece um probleminha no campo, caem as vendas no supermercado", disse ele.

Dinamismo é o que também quer Dogival Corrêa, dono da Dimensão, a maior imobiliária da cidade. Para ele, a atividade econômica é medida pelo número de imóveis vendidos ou alugados por mês. Neste momento, os indicadores são positivos. "Há dez loteamentos à venda na cidade", afiirmou Corrêa. "Isso significa dinheiro em circulação."

Vizinhos

A história de crise e retomada se repete em toda a região Noroeste. Em Cruzeiro do Oeste, a 25 quilômetros de Umuarama, o prefeito Zeca Dirceu – filho do deputado federal José Dirceu (PT) – tenta colocar a cidade nos trilhos. Aumentou de 20 para 40 o número de computadores na prefeitura, reduziu o número de cargos em comissão de 100 para 20 e introduziu a internet na administração pública. "Claro que ainda temos muitos problemas, como a falta de pessoal qualificado, mas estamos lutando", disse ele.

Em Paranavaí, a cerca de 150 quilômetros de Umuarama, a Tooling, fabricante de ferramentas para a indústria ótica, dá um exemplo de que é possível desenvolver tecnologia de ponta mesmo em cidades pequenas. A empresa exporta para toda a América Latina e começa a negociar vendas para os Estados Unidos. "Qualquer lugar pode ser próspero", disse Maria Inês Gonçalves, que criou a Tooling junto com o marido, Antônio. "Só depende das pessoas."

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