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Declínio de Eike ainda afeta empresas

De bilionário a réu falido: Eike Batista é alvo de processos na CVM. | Patricia Santos/ Estadão Conteúdo
De bilionário a réu falido: Eike Batista é alvo de processos na CVM. (Foto: Patricia Santos/ Estadão Conteúdo)

Passados dois anos do pedido de recuperação judicial, a petrolífera OGPar (ex-OGX), que já foi o carro-chefe das empresas do grupo “X”, de Eike Batista, atravessa nova grande crise financeira. A empresa não paga o aluguel de plataformas há meses, e a produção de petróleo só faz cair, por falta de recursos para incrementar a atividade.

A companhia nem sequer tem dinheiro para arcar com as garantias exigidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para desativar o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, outrora apontado como o mais promissor de seu portfólio, mas que desde setembro não produz uma gota de petróleo.

Em meio à carência de recursos – a OGPar tinha US$ 13 milhões em caixa em 30 de junho, segundo dados do balanço financeiro – a companhia ainda trava uma briga judicial com credores do FPSO OSX-3, plataforma que fica no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, o único em produção, o que põe em risco seu plano de recuperação judicial.

O pedido de proteção à Justiça foi feito em 30 de outubro de 2013. Pouco depois, a então OGX acertou com um grupo de credores converter dívida de R$ 13 bilhões em ações da empresa. Ficou acertado que eles fariam uma injeção de US$ 215 milhões, o chamado DIP, por meio de emissão de debêntures (títulos da dívida) da ex-OGX, que poderiam ser convertidas em ações da petrolífera. Na prática, eles seriam os novos donos da companhia.

Dívida milionária

Toda a engenharia financeira está prevista no plano de recuperação judicial. Para dar fôlego à empresa, foi acertado entre OGPar e sua empresa irmã OSX que o valor do aluguel pelo FPSO OSX-3 cairia de US$ 439 mil por dia para US$ 250 mil por dia. A OSX é dona das plataformas usadas pela petrolífera do grupo e, por isso, acabou arrastada para a recuperação judicial, em novembro de 2013, após várias encomendas canceladas. Sem ter para onde fugir, aceitou a redução das diárias.

O problema foi a queda no preço do petróleo. Quando o plano de recuperação da OGPar foi aprovado, em junho de 2014, o barril girava em torno de US$ 100. Hoje, está na casa dos US$ 50. A OGPar passou a atrasar o pagamento do aluguel da plataforma de Tubarão Martelo, o que deixou os credores da plataforma enfurecidos. No cálculo do escritório Felsberg Advogados, que os defende, a dívida está em US$ 90 milhões e está sendo cobrada na Justiça.

Derrocada

Em outubro de 2010, quando a OGX atingiu o pico de seu valor de mercado – R$ 75,22 bilhões – prometia produção de 730 mil barris diários em 2015. Da mesma forma que as promessas de Eike viraram vento, R$ 113 bilhões em valor de mercado das cinco principais empresas do grupo evaporaram. Juntas, a então OGX, OSX, MMX, LLX (atual Prumo) e MPX (Eneva) chegaram a valer R$ 117,3 bilhões, se considerado o pico de valor de cada uma, alcançado entre 2008 e 2012. Quase uma Petrobras a valores de hoje (R$ 113 bilhões).

Hoje, elas valem R$ 5,2 bilhões. E apenas uma, a Prumo, que foi vendida à americana EIG em 2013, se safou da recuperação judicial.

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