| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê um crescimento de 150% na demanda de etanol (álcool combustível) no Brasil nos próximos dez anos, que passaria dos 25,5 bilhões de litros para 63,9 bilhões de litros em 2017. Para atingir este volume, serão necessários, segundo a EPE, investimentos de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões no período, valor que toma como base a construção de 246 novas usinas. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, não vê dificuldades para que o montante seja alcançado. Isto porque, quase a metade do volume de produção necessário para atingir a meta de demanda já está em fase de construção ou já foi implementada.

CARREGANDO :)

Tolmasquim explica que o uso do etanol no setor automotivo será o principal fator que sustentará o incremento da demanda pelo produto. O estudo prevê que o etanol represente em 2017 cerca de 80% do volume total de combustíveis líquidos consumidos nos veículos leves no país. Hoje, esse percentual gira na casa dos 30%

Tolmasquim lembra que o resultado do estudo sobre a previsão de oferta e demanda de etanol para os próximos 10 anos mostra que o governo foi conservador no Plano Nacional de Energia - 2030, lançado no ano passado. No estudo anterior, o país só iria demandar 63 bilhões de litros de etanol em 2030, a meta para 2017 era na casa dos 45 bilhões de litros.

Publicidade

Segundo ele, o etanol vai continuar muito competitivo ao longo dos próximos anos. "O etanol é viável e competitivo com o preço do petróleo até US$ 75,00 o barril. É difícil imaginar que o petróleo caia abaixo de US$ 75,00", disse.

O estudo da EPE toma como base uma taxa média anual de crescimento da frota de veículos leves de 4,8% com uma participação de 88,2% do motor flexfuel nas vendas de automóveis de passeio. De acordo com as projeções, a frota de veículos leves passará de 23,2 milhões de veículos em 2008 para 37,5 milhões em 2017.

O estudo prevê ainda que o volume exportado de etanol dobre no período, passando de 4,2 bilhões para 8,3 litros em 2017. Desse total, Tolmasquim acredita que 3 bilhões de litros irão para o Japão.