Depois de interromper os negócios por 30 minutos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) retomou as negociações às 15h desta quarta-feira (15).
Depois da retomada, o índice Ibovespa aprofundava sua queda: às 15h07, registrava baixa de 11,31%, operando aos 36.687 pontos. A maior queda era justamente de uma das "blue chips", a Vale do Rio Doce ON, que registra baixa de 18% no dia. A Petrobras também tem forte recuo, de quase 12%.
A queda de 10% da cotação do índice Ibovespa - principal indicador da bolsa paulista - gerou o acionamento do "circuit breaker" às 14h25, mecanismo que controla a oscilação dos indicadores: quando o sistema registra desvalorização de 10%, os negócios são interrompidos automaticamente. Pelas regras da Bovespa, os negócios devem ser retomados meia hora após sua interrupção. Se, após a retomados os negócios, a queda atingir 15%, as operações são novamente paralisadas, desta vez por uma hora.
A última vez que o mecanismo tinha sido acionado havia sido no dia 10, quando ele entrou em ação por duas vezes. É a quinta vez que o mecanismo é acionado desde o dia 29 de setembro.
Mau humor
O desempenho negativo da bolsa ocorre sob influência do pessimismo dos mercados globais com a possibilidade de recessão nas principais economias.
O humor dos investidores foi afetado pelas declarações da presidente do banco central norte-americano (Fed, na sigla em inglês) de San Francisco, Janet Yellen, que afirmou que os EUA 'parecem estar em recessão'. Segundo ela, "Os dados econômicos recentes sugerem que a economia está mais fraca que o previsto para o terceiro trimestre, sinal provável de que essencialmente não houve crescimento algum".
Dados da economia americana divulgados nesta quarta-feira aumentaram as preocupações. As vendas do varejo recuaram 1,2% em setembro, para US$ 375,5 bilhões, ante dado revisado de queda de 0,4% em agosto. Além disso, os preços no atacado dos EUA caíram 0,4% no mês. Na Europa, as indicações também são negativas. O BC francês mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% no terceiro trimestre de 2008, o que confirma que a segunda maior economia da Eurozona está em recessão. O PIB francês registrou forte baixa de 0,3% no segundo trimestre.
Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel advertiu que o crescimento econômico do país deve registrar desaceleração, como uma conseqüência da crise financeira. "Devemos prever que o crescimento na Alemanha se desacelere", disse ela.
Panorama no exterior
O medo de recessão faz com que as principais bolsas operem em baixa no exterior. Nos EUA, por volta das 14h10, os indicadores apontavam para baixo: o Dow Jones recuava 3,87%, o S&P 500 caia 4,69% e o tecnológico Nasdaq tinha perda de 3,89%.
Na Europa, o índice DAX, de Frankfurt, teve queda de 6,49% no fechamento. Londres e Paris tiveram baixa, respectivamente, de 7,16% e 6,82%, respectivamente.
Na Ásia, o quadro não foi diferente. A Bolsa de Tóquio foi a única a registrar alta, de 1,06%. Os demais mercados registraram queda: Hong Kong perdeu 5%, Xangai 1,12%, Taipé 0,86%, Seul 2% e Sydney 0,8%
Oscilação
Na terça-feira, a Bovespa teve um dia de muitas oscilações: depois de subir quase 7% no início dos negócios, alternou entre altas e baixas na tarde desta terça-feira (14).
A reação positiva veio nas horas finais do pregão, quando a bolsa intensificou o movimento positivo. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, subia 1,81%, aos 41.569 pontos.
Duas das empresas que tiveram prejuízos por conta de operações de derivativos de câmbio - a Aracruz e a Sadia - estiveram entre as maiores altas. A indústria de celulose teve alta de 17%, enquanto a empresa de alimentação subiu 13%. Entre as "blue chips", Petrobras teve alta de 0,63%, enquanto a Vale avançou 0,91%.
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