Scott Hempy, co-fundador e CEO da Filld, abastece o carro de um usuário do serviço em um estacionamento| Foto: Michael Short/Bloomberg

Uma nova safra de startups está tentando tornar obsoletos os postos de gasolina. Nos Estados Unidos, vários serviços já oferecem um delivery de combustíveis acionado por aplicativos em celulares.

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Filld, WeFuel, Yoshi, Purple e Booster Fuels começaram a operar em algumas cidades, em especial no Vale do Silício. Seu primeiro desafio é convencer as autoridades de alguns desses lugares, que dizem ser inseguro dirigir por aí um caminhão para entregar gasolina.

“Não é permitido”, disse o tenente Jonathan Baxter, do departamento de incêndio de São Francisco. Ele pede aos moradores que chamem os bombeiros se virem o caminhão de uma dessas startups.

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Yoshi, que opera em São Francisco, ficou surpresa com a preocupação de Baxter. “Nós não conversamos com eles. Não sei nada a respeito. É novo para mim”, disse o co-fundador da empresa Nick Alexander. No dia seguinte, ele disse que acreditava que a Yoshi segue a lei e que limitou o tamanho dos tanques dos caminhões para ficarem abaixo do permitido pelo código de prevenção de incêndios.

O departamento de incêndio de Los Angeles está preparando uma regra para o delivery de gasolina. “Nosso código atual não permite essa atividade; entretanto, estamos estudando uma forma de permiti-la com algumas restrições”, disse o capitão Daniel Cury. “É só uma dessas coisas sobre as quais ninguém pensou antes, da mesma forma que o Uber apareceu do nada.” É, segundo ele, uma zona cinzenta: “Tudo que posso dizer é que não é permitido por nosso código atual”.

Bruno Uzzan, CEO da Purple, que tem sede em Los Angeles, disse que sua empresa está em tratativas com o departamento de incêndio. “Não conheço esse cara”, disse em referência a Curry. Perguntado se a companhia deixaria de entregar combustível, ele disse: “Não. Por que nós deveríamos?” Mais tarde, Uzzan disse que a empresa trabalha dentro das normas do código atual.

Negócio

A venda de combustíveis nos EUA é um grande negócio. Em 2014, 10,5 mil postos de gasolina venderam US$ 534 bilhões em gasolina, segundo o Census Bureau. Juntos, os postos lucraram US$ 66,6 bilhões, após pagarem os custos da compra de gasolina.

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As startups têm geralmente duas intuições sobre o negócio. Primeiro, que ter um caminhão é mais barato do que ter um posto de gasolina. Segundo, quanto mais eles venderem, menos terão de pagar por um litro de gasolina. Filld CEO Chris Aubuchon, um ex-investidor de capital de risco, disse que sua companhia compra e equipa um caminhão com US$ 50 mil, comparado ao custo de US$ 2,25 milhões de um posto de gasolina. Filld cobra US$ 5 de taxa para fazer o delivery e cobra o menor preço dos postos que se encontram na região atendida.

As empresas ainda estão testando o melhor modelo de negócios. Os clientes da Purple podem abrir o aplicativo da empresa e pedir gasolina em uma hora, e seus motoristas são pessoas sem uma certificação especial. A Filld opera 24 horas por dia, mas pede para seus clientes agendarem a entrega através do aplicativo pelo menos com algumas horas de antecedência. Eles empregam motoristas com o certificado Hazmat. Ambas entregam em áreas residenciais, enquanto Yoshi e Booster focam em abastecer carros em estacionamentos comerciais. Os caminhões da Yoshi são similares ao da Filld: picapes grandes dirigidas por profissionais. A Booster só aceita pedidos de trabalhadores durante o expediente e tem motoristas profissionais.

“O valor dos terrenos na cidade está subindo e os postos de gasolina estão se tornando cada vez mais raros”, argumentou Aubuchon. “Esta é uma inovação para a indústria.”

Empresas de construção, fazendeiros e até casas isoladas já compram grandes quantidades de diesel e gasolina. Mas andar com centenas de litros de combustível em áreas residenciais para encher o tanque dos carros das pessoas enquanto elas dormem é algo novo.

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“Aqueles tanques grandes, carregando muito combustível para serem eficientes, causam realmente uma explosão enorme quando se há algum acidente”, disse Aubuchon. “O tamanho dos nossos tanques é muito menor, e nós temos muitos deles. Teríamos que ter uma centena de nossos caminhões juntos para causar o mesmo dano.”