Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empréstimos em curso somaram R$ 187,8 bilhões em 2014, queda nominal (sem descontar a inflação) de 1% ante 2013, quando houve liberação recorde de R$ 190,4 bilhões, informou nesta quinta-feira (19), a instituição de fomento.

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Em dezembro, ao anunciar dados sobre os desembolsos até novembro de 2014, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já havia estimado que os valores do ano fechado estariam muito próximos a 2013 em termos nominais. Em nota distribuída hoje pela assessoria de imprensa, o BNDES destacou que o valor dos recursos liberados para financiamentos a projetos de infraestrutura cresceu. Foram R$ 68,9 bilhões para o setor, alta nominal de 11% ante 2013, informou o banco.

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Destino

Pelo lado negativo, chamou atenção a queda nominal de 14% nos desembolsos para a indústria, com o valor de R$ 50 bilhões. “Os maiores desembolsos foram para os segmentos de material de transporte (R$ 11,5 bilhões), química e petroquímica (R$ 9,2 bilhões) e alimentos e bebidas (R$ 7,2 bilhões)”, diz a nota do BNDES.

O setor de comércio e serviços recebeu R$ 52 bilhões em 2014, alta nominal de 1%, enquanto a agropecuária teve desempenho negativo, com desembolso de R$ 16,8 bilhões, queda nominal de 10% ante 2013.

O BNDES também chamou atenção para as empresas de menor porte. As micro, pequenas e médias empresas (com faturamento anual de até R$ 90 milhões, na classificação do BNDES) receberam R$ 59,4 bilhões em financiamentos, respondendo por 32% do total de desembolsos. Ainda assim, o valor destinado para essas empresas recuou 7% em termos nominais.

Já as aprovações de novos projetos somaram R$ 204,8 bilhões em 2014, queda nominal de 14% ante 2013, sinalizando para um recuo no valor liberado nos próximos anos. Como a maioria dos empréstimos do BNDES é de longo prazo, um projeto aprovado pode ter cronograma de liberações ao longo de vários anos.

Ao comentar as aprovações, a nota do BNDES voltou a destacar a infraestrutura. “Ainda assim, as aprovações ao setor de infraestrutura tiveram desempenho positivo, com R$ 80,3 bilhões e alta (nominal) de 9%”, diz o texto.

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Consultas

Por fim, as consultas por pedidos de crédito, termômetro da confiança das empresas, também caiu. Elas somaram R$ 236,2 bilhões, recuo nominal de 15% ante 2013. “O comportamento foi influenciado, em parte, pelas quedas nos programas BNDES PSI, que teve orçamento menor em 2014, e BNDES Progeren, voltado ao financiamento de capital de giro. Entretanto, as consultas do setor de infraestrutura cresceram 25% de um ano para outro, atingindo R$ 105,5 bilhões em 2014”, diz a nota do BNDES.