A taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,5% no trimestre encerrado em janeiro, segundo os dados da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (24) pelo IBGE. O ritmo de perda de postos de trabalho acelerou em relação ao trimestre imediatamente anterior, encerrado em outubro, quando a taxa foi de 9%. A taxa divulgada nesta quinta é a pior da série histórica, iniciada em 2012. Também cresceu, 2,7 ponto porcentual, em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando a taxa ficou em 6,8%. O levantamento engloba dados de todos os estados do país.
A população desocupada foi estimada em 9,6 milhões de pessoas, crescimento de 6% ou mais 545 mil pessoas em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015. Na comparação com igual trimestre do ano passado, subiu 42,3% ou mais 2,9 milhões de pessoas a procura de trabalho.
Já a população ocupada, de 91,7 milhões de pessoas, apresentou redução de 0,7% quando comparada com o trimestre de agosto a outubro de 2015 – 656 mil pessoas a menos. Em comparação com igual trimestre de 2015, foi registrada queda de 1,1%, (1 milhão de pessoas a menos).
O número de empregados com carteira assinada ficou estável frente ao trimestre de agosto a outubro de 2015. Na comparação com igual trimestre do ano anterior, a redução foi de 3,6% (1,3 milhão de pessoas a menos).
O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos foi estimado em R$ 1.939. Ficou ligeiramente abaixo do estimado para o trimestre de agosto a outubro de 2015 (R$ 1.948) e caiu 2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 1.988).
A massa de rendimento real habitualmente recebida pelas pessoas ocupadas em todos os trabalhos (R$ 172,8 bilhões) registrou estabilidade em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015, e apresentou uma redução de 3,1% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
Menos vagas formais
O grupo de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada ficou estável frente ao trimestre de agosto a outubro de 2015. Na comparação com igual período do ano passado, houve redução de 3,6%. Ou seja, 1,3 milhão de pessoas ficou sem emprego formal.
A categoria dos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada apresentou redução de 4,2% em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015 (- 425 mil pessoas) e retração de 5,9% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior (- 614 mil pessoas).
A participação de empregadores caiu 4% em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015 (- 161 mil pessoas) e não apresentou variação significativa em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a categoria dos trabalhadores por conta própria registrou aumento de 2,8% em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015 (622 mil pessoas) e, na comparação com o mesmo trimestre de 2015, foi verificado um aumento de 6,1% (1,3 milhão de pessoas).
Por grupamentos de atividade, em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015, ocorreram retrações no grupo de pessoas empregadas na indústria geral (- 4,1%) e em informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias profissionais e administrativas (- 4,9%). Na construção houve aumento de 3,3%. Nos demais grupamentos de atividade não houve variação significativa.
Serviços domésticos
Frente ao trimestre de novembro de 2014 a janeiro de 2015, foram verificados aumentos em serviços domésticos (5,2%); transporte, armazenagem e correio (4,3%); alojamento e alimentação (4,1%); e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,1%). Houve quedas na indústria geral (- 8,5%); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (- 7,7%); e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (- 2,4%). Nos demais grupamentos de atividade não foram identificadas variações significativas.
Com relação ao rendimento médio real habitualmente recebido, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, encerrado em outubro de 2015, apenas o grupamento de serviços domésticos registrou aumento no rendimento médio, de 1,8%. Nos demais grupamentos de atividade, verificou-se estabilidade. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, registrou-se retração nos grupamentos de transporte, armazenagem e correio (- 7,2%) e de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (- 5%).
Por posição na ocupação, frente ao trimestre de agosto a outubro de 2015, subiram os rendimentos médios dos trabalhadores por conta própria (2,4%), dos empregados no setor público (2,1%) e dos trabalhadores domésticos (1,8%). Em relação ao trimestre de novembro de 2014 a janeiro de 2015, verificou-se redução no rendimento médio da categoria dos trabalhadores por conta própria (- 4,1%). Nas demais categorias de posição na ocupação observou-se estabilidade em seus rendimentos.
Metrópoles
A Pnad Contínua divulgada na semana passada, referente ao ano de 2015, mostrou que contingente de desocupados passou de 6,7 milhões de pessoas em 2014 para 8,6 milhões no ano passado, quase dois milhões de desempregados a mais. A taxa média de desemprego em 2015 ficou em 8,5%, a maior da série histórica do estudo, iniciado em 2012.
Já o desemprego nas seis maiores metrópoles do país (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) ficou em 8,2% em fevereiro, pior resultado para o mês desde 2009. Considerando todos os meses, o índice da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada na quarta-feira pelo IBGE, foi o maior desde maio de 2009 (8,8%). O grupo mais afetado foi o de jovens entre 18 e 24 anos. Para essa faixa etária de trabalhadores, a taxa saltou de 18,9% em janeiro para 20,8% no mês passado.
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