Desemprego sobe, mas país já demite menos

A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 5,5% em janeiro, ante 4,7% em dezembro de 2011, informou ontem o instituto. Segundo o IBGE, a taxa de janeiro foi a menor para o mês desde 2002, quando teve início a série histórica da Pesquisa Men­sal de Emprego (PME).

Ainda de acordo com o IBGE, a população desocupada somou 1,3 milhão de pessoas, um aumento de 15,9% ante dezembro, o equivalente a mais 180 mil pessoas procurando trabalho. Na comparação com janeiro do ano passado, a população desocupada recuou 7,7% (menos 110 mil pessoas).

A taxa de desemprego a 5,5% em janeiro mostra que o mercado de trabalho continua forte e que a atividade econômica segue aquecida, segundo Cimar Aze­redo, gerente da Coorde­nação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Em janeiro, há normalmente dispensa dos trabalhadores temporários contratados para o período de festas de fim de ano, por isso a taxa de desemprego au­­menta na comparação com dezembro. No entanto, na passagem entre os meses, houve recuo de 1% na ocupação (menos 220 mil ocupados); no mesmo período do ano passado, de dezembro de 2010 para janeiro de 2011, a queda na ocupação havia sido de 1,6%, ou 370 mil trabalhadores dispensados. Entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012, houve aumento de 2% na população ocupada (mais 433 mil ocupados).

"É normal dispensar trabalhadores temporários depois do Natal. A gente sente como está a economia pela taxa de efetivação desses temporários", ressaltou Azeredo. "A grande notícia de janeiro é o quanto a economia foi capaz de reter essa mão de obra. E a população ocupada caiu menos, ou seja, o poder de efetivação agora foi mais eficiente do que aconteceu no ano passado. O mercado absorveu mais trabalhadores temporários do que aconteceu em janeiro de 2011", explicou.

Enquanto o desemprego ficou em 5,5% em janeiro, a desocupação no mesmo mês de 2011 foi de 6,1%. Embora o mercado de trabalho tenha começado o ano mais aquecido, o gerente do IBGE alerta que ainda deve haver dispensa de trabalhadores após o carnaval e as férias de verão. "A dispensa de trabalhadores temporários vai seguir até março. Há pessoas que são ocupadas em função do carnaval e das férias", avisou Azeredo.