Com o acelerado aumento da procura por trabalho, a taxa de desemprego subiu para 8,9% no terceiro trimestre deste ano em todo o país, segundo dados divulgados pelo IBGE na manhã desta terça-feira (23).
Trata-se da maior taxa da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012. Os números estão em linha com a mediana da previsão de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que era de exatamente 8,9%.
A taxa de desemprego ficou maior do que no segundo trimestre deste ano (8,3%) e do mesmo período do ano passado (6,8%), segundo os dados do IBGE.
A procura por trabalho cresce em ritmo acelerado porque mais pessoas buscam complementar a renda familiar. O problema é que, com a recessão, o mercado de trabalho não gera vagas para absorver essa maior procura.
Segundo dados do IBGE, 9 milhões de pessoas procuraram emprego sem encontrar no terceiro trimestre deste ano, um crescimento de 33,9% na comparação ao mesmo período do ano passado, ou 2,27 milhões de pessoas a mais. Frente ao segundo trimestre, o aumento foi de 7,5%.
Ao mesmo tempo, a população empregada ficou praticamente estável. Foram 179 mil vagas cortadas no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2014, uma queda de 0,2%. Para o IBGE, o número indica estabilidade. São 92,1 milhões de empregados.
A taxa de desemprego não é maior porque a pesquisa do IBGE -seguindo orientações internacionais- considera os autônomos (vendedores de balas, camelôs) como pessoas ocupadas.
Esse contingente, também chamado de conta própria (pessoas que têm um negócios próprio, sem funcionário), cresceu em 760 mil no terceiro trimestre na comparação ao mesmo período do ano passado, alta de 3,5%.
O trabalho autônomo tem sido um dos destinos das pessoas que perdem emprego de carteira assinada. Entre julho e setembro, foram 1,23 milhão de vagas a menos na comparação ao mesmo período do ano anterior, queda de 3,4%. Frente ao segundo trimestre, a queda foi de 494 mil pessoas.
Já o rendimento real habitual ficou estável na comparação anual e teve queda de 1,2% frente ao segundo trimestre deste ano, para R$ 1.889.
Mudança
Os dados são da Pnad Contínua, pesquisa que tem recortes trimestrais, mas que são apresentados mensalmente.
As informações da pesquisa são coletadas a cada trimestre em 211 mil domicílios particulares pelos país, distribuídos por 3.500 municípios.
A Pnad foi desenhada para substituir a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), pesquisa mais restrita do instituto ao abranger apenas 45 mil domicílios nas seis maiores regiões metropolitanas do país.
Não há previsão para que a Pnad Contínua passe a divulgar a taxa de desemprego de um único mês isoladamente, sem os dois meses anteriores, segundo informou o IBGE.