Dilma cobra explicações, mas governo não teme novos apagões
Após o apagão elétrico desta segunda-feira (19), a presidente Dilma Rousseff cobrou explicações aos órgãos do setor sobre a falha no sistema de transmissão de energia que causou os cortes. Apesar deles, o governo não teme um problema generalizado no setor elétrico.
A informação foi confirmada pelo ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) em café da manhã com jornalistas realizado nesta terça-feira (20) no Palácio do Planalto.
"A presidenta cobrou ontem explicações dos setores sobre os motivos da falha técnica e, mais que justificativas, ela cobrou medidas para que isso não ocorra mais", disse Vargas.
O ministro afirmou que o governo descarta um apagão generalizado. "Obviamente que a presidente quer que todos os setores evitem ao máximo possíveis falhas técnicas. O que é importante é que não temos o risco de um apagão por conta da geração [de energia] e de distribuição, como já aconteceu no passado", afirmou.
Segundo Vargas, o risco que a população enfrenta neste ano é o de um desabastecimento hídrico em algumas regiões do país, como no Sudeste.
- Queda de frequência no sistema elétrico desarmou usinas, diz Aneel
- Apagão mostra "vulnerabilidade do sistema" com alto consumo, diz ex-presidente da Eletrobras
- Apagão ocorreu por causa de falha em Furnas, diz ministro Eduardo Braga
- Em dia de pico no consumo, ONS ordena corte de energia em 11 estados e no DF
- Conta repassada para tarifa de energia pode ultrapassar R$ 23 bilhões
O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Reive Barros, explicou nesta terça-feira (20) que o desligamento da energia elétrica que afetou áreas de 11 estados e o Distrito Federal nesta segunda-feira (19) evitou um colapso nas usinas.
Segundo ele, quando há problema de queda na frequência, como ocorreu ontem, o sistema fica preparado para fazer uso de um esquema de proteção que retira cargas previamente estudadas da rede, evitando que haja "um colapso com as usinas".
"Antes disso, houve a operação com o ONS (Operador Nacional do Sistema) no sentido de, preventivamente, tirar algumas cargas para preservar operação. Foi um processo manual e não automático", explicou. "Uma coisa é desligar com controle. Outra é perder o controle e todas as usinas. O desastre é maior."
Para André Pepitone, também diretor da Aneel, a interrupção de ontem deixou claro que "o sistema de proteção funcionou". "Restabelecer um sistema desses em uma hora é muita engenharia e muita inteligência empregada no processo. A gente pode dizer que o que foi feito está funcionando", acrescentou.
O caso, no entanto, chamou atenção para o "período de adversidade" vivido no setor elétrico, em que o consumo se mantém elevado, por causa do calor, e os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas seguem baixos.
"Com certeza esse ano vai exigir atenção. Os reservatórios estão na faixa de 18,7% de armazenamento", disse Pepitone.
Alta demanda
O diretor Reive Barros frisou que o "horário de ponta", como é conhecido o período de maior consumo de energia, vem ocorrendo por volta das 15h, justamente por causa do calor, quando a população aumenta o uso do ar-condicionado.
"Isso ocorreu ano passado e agora está se repetindo", afirmou.
"Como você tem um sistema interligado, com transferência de carga de um subsistema para outro, as linhas estão operando em seus limites de capacidade e tem que ter cuidado muito grande. Administrar isso a cada momento", destacou.
O relatório final sobre o apagão ainda está sendo finalizado pelo ONS. Quando estiver pronto, ele será encaminhado à Aneel para que tome providências caso haja alguma punição a ser aplicada.
Ainda de acordo com a agência reguladora, o corte de carga realizado ontem diminuiu cerca de 5% da energia que vinha sendo oferecida no país.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast