Controvérsia
Informalidade de 40% impede "pleno emprego"
Agência Estado
Autoridades do governo, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já manifestaram que o bom desempenho do mercado de trabalho no Brasil faz com que alguns setores produtivos estejam vivendo uma realidade de pleno emprego. A questão do pleno emprego, contudo, gera controvérsia. Para o professor Claudio Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp, há um número extraordinário de cidadãos ocupados em condições irregulares cerca de 40% da PEA exerce atividades no setor informal. "Talvez quando essa proporção da informalidade cair para um patamar entre 15% e 20% da PEA, com uma taxa de desemprego de 4%, aí poderemos considerar que o país atingiu esse bom estágio", disse.
Ranking
Taxas de desemprego em janeiro:
Recife: 5,7%
Salvador: 8,3%
Belo Horizonte: 4,5%
Rio de Janeiro: 5,6%
São Paulo: 5,5%
Porto Alegre: 3,9%
Curitiba: 3,8%
Fonte: IBGE e Ipardes
As taxas de desocupação medidas em janeiro colocaram a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) em um cenário oposto ao registrado nacionalmente. Enquanto o país apresentou desemprego inferior ao do mesmo período de 2011, na RMC esse índice subiu. A desocupação média nacional passou de 6,1% em janeiro de 2011 para 5,5% no mês passado; na capital paranaense e região, a taxa cresceu de 3,5% para 3,8%.
Na avaliação do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), responsável pela pesquisa, o aumento do desemprego pode ser atribuído "em alguma parte" à redução do crescimento da demanda doméstica ao longo de 2011, decorrente da crise internacional e das políticas de juros do Banco Central muito embora esses fatores tenham influenciado não só a capital paranaense, mas todo o país.
Na passagem de dezembro para janeiro, o desemprego também avançou na capital paranaense estava em 3% e aumentou 0,8 ponto porcentual. Esse movimento, típico do período, também ocorreu nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da piora, a região de Curitiba ainda tem a menor taxa de desocupação do país, ligeiramente abaixo do índice da Grande Porto Alegre que fechou janeiro com desemprego médio de 3,9%, acima dos 3,1% registrados em dezembro.
Do outro lado da tabela, Salvador continuou com as maiores taxas de desemprego. De dezembro a janeiro, o índice passou de 7,7% para 8,3%, segundo o IBGE, bem acima da taxa média nacional, de 5,5%. A discrepância entre o desempenho do mercado de trabalho de Salvador e das capitais gaúcha e paranaense é um dos fatores que alguns economistas apontam para afirmar que o Brasil ainda está longe do "pleno emprego" situação em que, grosso modo, todos os trabalhadores com vontade de trabalhar estão empregados.
Rendimento
O rendimento médio do trabalhador de Curitiba e região melhorou em janeiro, mantendo-se no maior nível dentre os locais pesquisados. Chegou a R$ 1.853,50, com aumento real (acima da inflação) de 1,7% sobre o mês anterior e de 5,6% em relação a janeiro de 2011.
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