A CNova, empresa de e-commerce controlada pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA), divulgou os resultados preliminares de uma investigação conduzida por assessores jurídicos e contadores externos, contratados para averiguar irregularidades cometidas por colaboradores na gestão de estoques em todos os sete centros de distribuição de sua subsidiária no Brasil, que opera com as bandeiras Ponto Frio, Extra e Casas Bahia.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), o Conselho de Administração da CNova apontou uma potencial sobrestimação nas vendas líquidas de cerca de R$ 110 milhões, o equivalente a US$ 30 milhões, no acumulado até 31 de dezembro de 2015.
De acordo com o grupo, a contagem do inventário não deve sofrer nenhum ajuste significativo, mas foi constatada uma baixa na mensuração do valor de itens danificados e/ou devolvidos, que compreendem aproximadamente 10% do estoque total. A discrepância nas contas a receber relacionadas a produtos danificados ou devolvidos foi projetada pela CNova entre US$ 110 milhões e R$ 130 milhões (? 30 milhões e ?35 milhões), sem efeito em caixa. Contudo, a empresa avalia que as irregularidades apontadas pela investigação devem refletir no Ebit de 2015 e “eventualmente” de períodos precedentes.
A CNova também identificou saldos adicionais de contas a pagar de fornecedores e provedores no valor de cerca de R$ 70 milhões (US$ 20 milhões), o que reduziria o seu Ebit. Com relação aos métodos adotados para valoração dos estoques, a companhia informou que os custos de recebimento e armazenagem nos sete centros de distribuição no Brasil não mais serão incorporados ao valor dos estoques e serão debitados dos resultados, resultando em um impacto cumulativo não recorrente negativo de US$ 10 milhões.
Por fim, a Cnova comunicou que a divulgação do resultado financeiro do quarto trimestre e de 2015 está prevista para o dia 24 de fevereiro de 2016, a depender do avanço das investigações acerca da gestão de estoques no Brasil.
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