A presidente Dilma Rousseff convocará nos próximos dias uma reunião do governo para evitar que erros cometidos nas obras das usinas hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, em Rondônia, se repitam na construção da usina de Belo Monte, no Pará.
A informação é do ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, que vem negociando pelo governo a solução dos problemas entre os trabalhadores e os consórcios de construtoras responsáveis pelas obras em Rondônia.
"A presidente quer que o governo seja mais presente na obra em Altamira (PA)", disse Carvalho a jornalistas nesta terça-feira após cerimônia em comemoração do dia do Exército, que teve a participação da presidente Dilma.
Segundo o ministro, o governo pedirá às empresas que façam alojamentos menores e mais espalhados neste futuro canteiro de obras. Um dos riscos verificados pelo governos nas obras de Jirau foi justamente a concentração exagerada de trabalhadores.
Os empregados de Jirau, que terá capacidade instalada de 3.450 mil megawatts (MW) de energia, se rebelaram em março. No tumulto, 70% dos alojamentos foram destruídos, o que levou a construtora a enviar trabalhadores para suas cidades de origem.
A causa aparente do tumulto foi um desentendimento entre um motorista e um operário. Mas, após tumulto, os trabalhadores de Jirau e da obra vizinha, a usina de Santo Antônio (3.150MW), apresentaram uma pauta de reivindicações por melhores condições de trabalho.
Nesta semana, o consórcio responsável pela construção de Jirau informou aos sindicalistas que irá dispensar cerca de 4 mil trabalhadores nos próximos meses, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira.
Essas demissões devem refletir um novo cronograma da obra, mas ainda não há uma estimativa concreta para a data de entrega da usina. Na semana passada, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, admitiu que as obras de Jirau estavam sendo antecipadas.
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