Para colocar um fim nas especulações sobre o Ministério da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (16) que o ministro Joaquim Levy “fica onde está”. Nos últimos dias, os mercados estiveram agitados sob rumores de que o ministro poderia deixar o cargo e ser substituído pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
“Eu considero o ministro Levy sobretudo um grande servidor público. Ele tem compromisso com o país, com a estabilidade do país. Acho extremamente nocivas as especulações, o que me obriga a vir sistematicamente a público para reforçar que Joaquim Levy fica onde está”, afirmou a presidente, pouco antes de deixar a Cúpula do G20, a caminho do aeroporto de Antália, na Turquia, de onde seguiu para o Brasil.
Os boatos sobre a saída de Levy se devem em boa medida às críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, que teria dito que o ministro tinha “prazo de validade” no cargo. Mas Dilma deixou claro que discorda da avaliação dele. “Não concordo. Não só gosto muito do presidente Lula, como é público e notório, como o respeito, mas não concordo, e não temos de concordar sobre tudo. Até porque somos adultos, mesmo considerando que, no geral, a gente concorda quanto ao país”, afirmou a presidente, sobre as críticas de Lula.
Dilma voltou a insistir na importância da aprovação da CPMF, que considera fundamental para estabilizar a economia do país e criar as condições para acelerar o processo de saída da crise. Esta é uma das principais medidas da pauta que o xerife da pasta vem tentando aprovar nos últimos meses para promover o ajuste fiscal e buscar a retomada do crescimento do país. “É fundamental que se aprove a CPMF. Acredito que muitos que, como eu, antes eram contra aumentar impostos, entendem hoje que esse aumento não é para se gastar mais. É para crescer mais”, afirmou.
Conversa
Interlocutores da presidente informaram que Dilma e Levy conversaram durante a reunião do G-20 e conseguiram “falar a mesma língua”. O resultado desse diálogo foi a manifestação pública de apreço de Dilma. “Foi uma operação da reaproximação bem-sucedida”, disse uma fonte do Palácio do Planalto.
Antes de embarcar para a Turquia, Levy havia reclamado para pessoas próximas dos ataques do PT e disse que só estava indo à reunião do G-20 para preservar a imagem do Brasil, indicando seu desconforto no cargo. No entanto, ao longo do fim de semana, o clima melhorou e isso foi atribuído por integrantes do governo à conversa do ministro com Dilma.
Nessa conversa, Levy teria cobrado da presidente maior apoio para conseguir conduzir a economia e aprovar no Congresso as medidas do ajuste fiscal. Interlocutores do ministro asseguram que ele não quer deixar o cargo, mas também não quer ser abandonado, pois alega que, sem o apoio político necessário, sua credibilidade junto ao mercado e ao setor produtivo fica comprometida. “Ele quer um apoio mais enfático”, afirmou um integrante da equipe econômica.
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