Às vésperas da primeira visita da presidente Dilma Rousseff à China, as barreiras comerciais, as reclamações mútuas e os problemas entre os países ressurgem na pauta diplomática. Um dos pontos mais difíceis dessa relação, herança do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, já tem uma resposta brasileira - e não é a esperada pelos chineses. O Brasil, na viagem da presidente, de 11 a 15 de abril, não vai reconhecer o país como economia de mercado.

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A promessa, feita em 2004 por Lula na primeira visita oficial do presidente chinês, Hu Jin Tao, ao Brasil, não está nem na pauta brasileira da viagem de Dilma nem na agenda imediata do governo. "Isso é um problema para o governo brasileiro, mas ninguém quer mexer agora. Não há nenhum clima no País hoje para levar isso adiante", disse um diplomata.

O Brasil foi o único país a falar no reconhecimento da China como economia de mercado até hoje, uma medida que irritou empresários de todas as áreas no País. No entanto, começou a morrer logo em seguida. O próprio ex-chanceler Celso Amorim, então patrocinador da medida, se disse "decepcionado" com os poucos avanços que o Brasil obteve em troca da declaração. A decisão de não levar adiante a regulamentação, no entanto, foi tomada pelo Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio.

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Não fazer o reconhecimento esperado pela China, no entanto, não resolve a maior parte dos problemas que o País tem em sua relação comercial. Especialmente porque a maior parte deles está na conta do Brasil. Burocracia excessiva para exportações, carga tributária complicada e dificuldades com infraestrutura tornam difícil a competitividade do Brasil no mercado chinês. Mais que isso, a falta de tecnologia e inovação dos produtos brasileiros, comparado com o que se produz na China, torna quase impossível hoje um comércio que vá muito além das commodities.