Cena de "Acossado" de Godard, de 1960| Foto: Divulgação/Impéria Filmes

O diretor presidente da fabricante de louças Porcelana Schmidt, Harry Arno Schmidt, confirmou nesta quinta-feira a demissão de 442 funcionários das três fábricas no Brasil no mês de maio - 211 só na sede de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba.

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Por e-mail, Harry justificou o corte de pessoal como sendo uma conseqüência da reestruturação nas três fábricas para enfrentar a concorrência da porcelana chinesa.

"O objetivo é reduzir os custos de fabricação para enfrentar a concorrência da porcelana chinesa, que está com preço um terço menor que os nossos", diz. Esta redução de custos, segundo Harry, não afetará a produção.

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O maior corte de trabalhadores ocorreu na fábrica de Campo Largo, mas nas outras duas sedes o corte foi de mais de 100 funcionários em cada uma. O diretor informou que foram dispensados 211 funcionários da fábrica paranaense - a sede do grupo que mais produz. Em Mauá, no interior de São Paulo, a empresa demitiu 124 trabalhadores e 107 na cidade de Pomerode, em Santa Catarina.

Apesar de próximos, os números não batem com os repassados na quarta-feira pelo presidente interino do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Porcelana de Campo Largo, Hugo Ruthes, que eram de 221, 120 e 152, respectivamente.

O diretor da Schmidt preferiu não comentar uma possível retração do mercado na absorção da porcelana - motivo pelo qual, na visão de Ruthes, resultou na demissão em massa. "A sede de Campo Largo produz cerca de 1,2 milhão de peças por mês, mas o mercado absorve só 50% disso", comenta. "O que acontece é que a empresa não reduz a produção e, com isso, cada vez mais aumenta o estoque", completa, resultando em prejuízo e no corte de pessoal.

Demissões em Campo Largo

Segundo reportagem do Paraná TV, em pouco mais de dois meses mil moradores da cidade perderam o emprego. Há dois meses, 780 trabalhadores foram demitidos da fábrica de motores TMT Motoco. Outra fabricante, a Tritec, pode parar de produzir por falta de contratos de fornecimento.

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A crise e o desemprego nas fábricas de Campo Largo preocupam também os comerciantes da cidade, que temem redução de vendas nos próximos meses