O acirramento da disputa pela compra da TIM Brasil por empresas concorrentes deve trazer, no curto prazo, valorização dos papéis da companhia, avaliam especialistas. "Quem tem ações da TIM deve ter expectativa de melhora nos preços", diz Christian Majczak, da Go4! Consultoria de Negócios. "Mas se as ofertas não corresponderem à expectativa do mercado, aí vai haver desvalorização", pondera o consultor.
Desde o início de agosto, quando a Telecom Italia anunciou o desejo de vender as operações da empresa brasileira, os papéis da TIM Brasil tiveram valorização acima de 30%, bem acima dos 7% registrados pelo Ibovespa. Já ontem as ações ordinárias (com direito a voto) caíam 2,34%, a R$ 10,83.
A TIM Brasil, empresa de telefonia celular pertencente ao grupo Telecom Itália, é alvo de ofertas de pelo menos três companhias que também operam no Brasil: a América Móvil, dona da Claro e controladora da Embratel, a Brasil Telecom (BrT) e a espanhola Telefónica, que divide o controle da Vivo estas últimas, BrT e Telefónica, formariam um grupo para comprar a TIM. Há ainda informações de que a Telemar estaria interessada no negócio.
Na segunda-feira, a Telecom Itália confirmou que recebeu proposta "recente e não-solicitada", que estaria sob análise. A controladora italiana informou que seu lucro líquido nos primeiros nove meses do ano caiu 9,5%. Nenhuma das companhias se manifestou até agora sobre o assunto.
Consumidor
Christian Majczak, da Go4!, avalia que a venda da TIM não terá reflexos positivos para o usuário de telefonia no Brasil. "Quando tivemos esta abertura para várias empresas, caracterizou-se uma disputa acirrada pelo mercado. E a disputa favorece o consumidor", afirma. No longo prazo, entretanto, ele vê que a operação pode garantir a estabilidade financeira das empresas e tranquilidade do mercado. "O mercado de telefonia enxerga de forma positiva, porque toda fusão traz estabilidade. Não adianta ter quatro operadoras, mas duas delas quebrarem em alguns anos e saírem do mercado", avalia Majczak.
Lucro
No terceiro trimestre deste ano, a TIM Brasil registrou um lucro líquido de R$ 20,3 milhões, contra um prejuízo de R$ 308,4 milhões no mesmo período do ano passado. A empresa, que é vice-líder no mercado de telefonia celular (25,1% dos assinantes), encerrou o terceiro trimestre do ano com 24,1 milhões de clientes.
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