Os planos de crescimento da Dois Corações não incluem a abertura de mais lojas em Curitiba, ou qualquer outro lugar, por conta própria. A administração da confeitaria quer sim ver a marca crescer, mas por meio de franquia. Os planos estão sendo desenvolvidos aos poucos e passam, primeiro, pela construção de uma cozinha industrial. Hoje, as três lojas que estão sob administração da "ala masculina" da família têm uma só cozinha responsável pela fabricação dos salgados e doces. "Já tivemos proposta de abertura na região metropolitana, mas abrir mais lojas exigiria um investimento alto e um grande esforço de administração", comenta Rafael Francisco de Morais, gerente administrativo da Dois Corações.
A idéia de abrir franquia não inclui a divisão do segredo das receitas. "Pensamos mais seriamente em abrir franquia, com a fabricação do produto toda centralizada em uma cozinha industrial nossa", conta Morais. A restrição em relação à produção dos salgados não deve ser um obstáculo para o crescimento fora da região da capital, por que o produto pode passar por um processo de desidratação e ser distribuído resfriado. Antes deste passo, no entanto, a empresa pretende abrir um disque-entrega, para fornecimento fora do horário de funcionamento das lojas. "Isso está mais maduro. É algo que devemos iniciar em 2008", informa Morais.
Para o consultor de varejo Moacir Moura, a estratégia de crescimento via franquia é uma boa idéia. "Mas é preciso que o franqueado seja bem solucionado. Não basta potencial financeiro, tem de multiplicar a idéia da original, seguir a mesma missão. Quem se dá bem no ramo de alimentos é porque gosta muito do produto que faz e quer que a clientela goste também", avalia. O especialista considera normal que a coxinha da Dois Corações tenha sido copiada. "Eles trabalharam na evolução do produto e a concorrência percebeu uma tendência". (PK)