O dólar fechou em baixa nesta terça-feira (4) seguindo o movimento do cenário externo, em meio ao otimismo dos principais mercados no dia da eleição presidencial norte-americana e à contínua atuação do Banco Central domesticamente. A moeda norte-americana caiu 2,63 por cento, a R$ 2,11.
O otimismo dos investidores contagiou as principais bolsas mundiais, no dia da eleição da maior economia global e com sinais de um maior descongelamento dos mercados de créditos.
No fechamento do mercado cambial, a Bovespa subia mais de 6 por cento, enquanto que em Wall Street os três principais índices apresentavam alta de cerca de 3 por cento.
"É fluxo de entrada, o mercado está bem positivo hoje, a crise parece que já pode ter passado do olho do furacão", afirmou Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor Corretora.
"E a perspectiva já é boa para essas eleições (presidenciais norte-americanas)", disse Nassar, apontando o candidato democrata, Barack Obama, que lidera as pesquisas, como o preferido dos mercados.
Luis Piason, gerente de operações de câmbio da corretora Concórdia, ressalta que a queda do dólar é global, não se restringindo somente frente ao real. Ante uma cesta com as principais moedas globais, a divisa declinava mais de 2 por cento, caminhando para a sua maior queda percentual diária em 13 anos.
"Hoje estamos bem atrelados ao mercado internacional, tanto de moedas como bolsas, além da alta das commodities", afirmou Piason. O índice Reuters-Jefferies de commodities avançava 4,41 por cento e o petróleo saltava quase 7 por cento.
O gerente ainda destaca que os problemas nos posicionamentos nos mercados futuros de câmbio estão se amenizando, o que transmite mais tranqüilidade para os agentes.
"Tem saído nos balanços que as empresas têm perdido com a desvalorização cambial (do real frente ao dólar), mas parece que o pior já passou".
Nesta terça-feira, a Aracruz, que assustou o mercado em setembro quando divulgou que teria forte perdas com contratos de derivativos, anunciou que chegou a acordo com bancos contrapartes em vários destes contratos e assim eliminou 97 por cento de sua exposição, sofrendo uma perda total de 2,13 bilhões de dólares.
"O pano de fundo continua igual, mas o cenário de curto prazo está bem mais positivo. Obviamente que muita notícia negativa ainda vem por aí, mas o desespero, aparentemente, passou", completou Piason.
Durante a sessão, o Banco Central realizou um leilão de swap cambial, vendendo o equivalente a cerca de 600 milhões de dólares. Os contratos de swaps, que funcionam como um venda futura de dólares ao mercado, já colocados no mercado pelo BC desde a piora da crise financeira global superam os 23 bilhões de dólares.