O dólar fechou com discreta alta nesta sexta-feira (5), acomodando-se após um movimento de aversão a risco e ajustes de posição que levou a moeda norte-americana para os níveis mais altos em cinco meses.

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A divisa exibiu variação positiva de 0,06% no final do dia, a R$ 1,718 - ainda assim, a maior cotação de fechamento desde 3 de abril. A alta acumulada em setembro é de 5,27%.

Pregão de hoje

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O mercado começou o dia ainda pressionado pelo cenário global, com o dólar em alta de mais de 1,5% no momento mais tenso. À tarde, no entanto, o câmbio respirou junto com o mercado em todo o mundo.

Às 16h30, o índice Dow Jones tinha oscilação positiva de 0,03%, depois de cair cerca de 1% mais cedo. A Bolsa de Valores de São Paulo também reduzia as perdas.

"Agora está nivelando um pouco", disse Paulo Fujisaki, analista de mercado da corretora Socopa. "Mas eu acho que a tensão vai continuar", ressalvou, lembrando que as incertezas por trás da turbulência recente continuam vivas.

Medo da crise

Os investidores debatem a condição das principais economias do mundo após um ano de crise de crédito. Os Estados Unidos, mesmo com ligeira expansão, já fecharam mais de 600 mil postos de trabalho neste ano. Na Europa, a economia teve retração no segundo trimestre.

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Em meio à tensão, os investidores "limparam" as posições em mercados mais arriscados e procuraram refúgio em ativos considerados mais seguros - como os títulos do Tesouro norte-americano. O Brasil, segundo analistas, foi especialmente afetado por ter um dos mercados com mais liquidez entre os emergentes.

De acordo com dados da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), os estrangeiros já inverteram o posicionamento no mercado futuro, passando a apostar na alta do dólar diante do real. Na quinta-feira, esses investidores mantinham posição comprada de US$ 1,7 bilhão em derivativos cambiais.

"Este movimento abrupto do preço da moeda americana é extremamente pontual e fortemente estimulado pelas tesourarias dos bancos", escreveu Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, em relatório.

Para a próxima semana, os analistas preferem não cravar uma aposta. O mercado "vai ficar em compasso de espera", disse Fujisaki, atento a novos indicadores da economia global.

A subida do dólar nesta semana não alterou a política do Banco Central, que manteve as compras diárias da moeda para reforçar as reservas internacionais. Nesta sessão, o BC aceitou cinco propostas no leilão, com taxa de corte a R$ 1,7315.

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