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Os temores sobre a desaceleração da economia mundial continuam afetando os mercados financeiros nesta sexta-feira, 5. Além disso, a taxa de desemprego nos Estados Unidos divulgada nesta manhã - a pior em mais de 4 anos e meio - piorou o humor dos investidores, puxando para baixo as bolsas mundiais. Na Europa, a Bolsa de Paris fechou em queda de 2,49%, Frankfurt recuou 2,42%, Lisboa registrou variação de - 2,68%. Em Londres, a queda foi de 2,26%. Por aqui, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começou esta sexta com mais queda. O Ibovespa, principal índice do mercado paulista, recuava 1,35% às 13h21, aos 50.714 pontos, também influenciada pelos dados nos EUA.

Foco dos investidores neste encerramento de semana, os números do mercado de trabalho nos Estados Unidos vieram bem pior que o esperado. O chamado "payroll", relatório sobre o nível de emprego no país, mostrou que foram cortadas 84 mil vagas em agosto, quando o esperado era uma redução de 75 mil. O payroll de julho foi revisado para baixo, para 60 mil ante 51 mil anteriormente. A elevação da taxa de desemprego para 6,1% - o maior índice de desemprego nos EUA desde setembro de 2003 - também assustou.

Após os dados da pesquisa ADP/MA divulgada na quinta, que mostrou um corte de 33 mil postos no setor privado norte-americano, já se começou a imaginar que o payroll poderia vir ruim, explica o analista de investimentos Daniel Gorayeb, da corretora Spinelli. Além disso, um levantamento semanal também anunciado nesta quinta-feira mostrou que a quantidade de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA inesperadamente subiu para 15 mil na semana encerrada dia 30 de agosto, enquanto os economistas esperavam uma queda de cinco mil.

O pregão desta sexta fica ainda na dependência dos rumos da cotação do dólar e dos preços das matérias-primas (commodities). Na quinta, a queda registrada nos mercados internacionais dos produtos básicos empurrou para baixo o Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista. A influência é grande porque a maior parte das ações incluídas do indicador é de empresas ligadas ao setor de commodities.

Por aqui, o destaque é dos números da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,28% em agosto, ante 0,53% em julho, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 4,48% e em 12 meses, de 6,17%.O indicador é o utilizado pelo governo para balizar as suas metas de inflação.

Nova York Nos Estados Unidos, os mercados americanos também operam em baixa. Antes mesmo do relatório que mostrou da taxa de desemprego em agosto, as preocupações com a desaceleração econômica global já abatiam o humor dos investidores. Às 13h25, o índice Dow Jones caía 1,81% e o Nasdaq 100 recuava 0,94%. O S&P500 cedia 0,72%.

Por falar em mercado de crédito, a instituição financeira governamental sul-coreana Korea Asset Management (Kamco) disse que está negociando a compra de créditos podres do Merrill Lynch, mas afirmou que os dois lados ainda não chegaram a um acordo sobre o preço da transação.

O Merrill Lynch teve sua recomendação rebaixada pelo Goldman Sachs de "neutro" para "venda" e entrou na lista de convicção de venda do Goldman, por conta da probabilidade de mais baixas contábeis.

Ainda no setor financeiro, o Wall Street Journal informou que o fundo de hedge Atticus Capital negou que está liquidando suas posições, para acabar com rumores que circularam sobre a condição financeira do grupo. O fundo tem cerca de US$ 14 bilhões em sua administração.

Em tecnologia, as ações da Nokia despencaram mais de 11% no pré-mercado, depois que a empresa reduziu sua projeção para participação de mercado no terceiro trimestre, atribuindo a revisão à fraqueza da economia global e à decisão tática de ficar de fora da guerra de preços de aparelhos. A empresa disse que espera que sua fatia de mercado fique abaixo dos 40% previstos em julho, mas ainda prevê aumento de participação no ano.

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