O dólar recuou ante o real pela quarta sessão seguida nesta segunda-feira (28), mesmo sem a atuação do Banco Central, mas refletindo ainda as intervenções mais fortes feitas na semana passada pela autoridade monetária.
Segundo operadores, o cenário externo menos negativo, somado ao feriado nos Estados Unidos, também favoreceu a queda neste pregão, com baixo volume financeiro. A expectativa agora é que o dólar possa se manter pouco abaixo de R$ 2 no curto prazo, caso não ocorram grandes mudanças no exterior.
O dólar caiu 0,56% nesta segunda-feira, cotado a R$ 1,9833, fechando próximo da máxima do dia, de R$ 1,9841. Logo após a abertura, a moeda norte-americana chegou a cair mais de 1%, com a mínima de R$ 1,9715.
"O próprio mercado já não acredita numa força de subida do dólar, só se houver mudança substancial do cenário lá fora. Em princípio, as ações do Banco Central já tiveram reação positiva", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Na semana passada, o BC só não atuou na segunda-feira, mas em todos os outros, realizou leilões de swap cambial tradicional, que equivalem a compra de dólares no mercado futuro.
O tiro de misericórdia veio na sexta-feira, quando a autoridade monetária atuou logo pela manhã -diferentemente dos outros dias- e com o dólar praticamente estável frente ao real. O governo quis, com isso, acabar com o excesso de volatilidade e garantir uma formação de preços mais equilibrada.
Com essa intensificação da atuação do BC, que passou também a ofertar um volume maior de contratos de swap, o dólar -que vinha em uma trajetória de valorização e chegou a atingir o pico de 2,1070 reais no intradia na quarta-feira passada- voltou a cair abaixo de R$ 2.
Para Galhardo, o mercado já testou o BC, para ver se ele voltaria a atuar na semana passada, e agora a moeda pode ter menos volatilidade e ficar entre R$ 1,98 e R$ 1,99, com um teto informal de R$ 2,05.
"Acredito que o teto é em torno de R$ 2,05 porque foi nesse patamar onde ele atuou de forma mais agressiva para estancar aquela subida", afirmou.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse à Reuters nesta segunda-feira que o câmbio atual, com o dólar perto de R$ 2 , é benigno e que não pressionará a inflação porque é compensado por outras variáveis, como os preços em queda das commodities.
O gerente de câmbio ainda citou que no cenário externo não ocorreram notícias negativas nesta segunda-feira, com o mercado tranquilo também em função do feriado Memorial Day nos Estados Unidos. Às 17h37 (horário de Brasília), ante uma cesta de divisas, a moeda tinha queda de 0,22 por cento.
Para o operador de câmbio de um banco, que prefere não ser identificado, o mercado sabe que caso o dólar volte a subir a autoridade monetária pode atuar, expectativa que está ajudando a manter o viés de queda.
Mas também destacou que com o feriado nos Estados Unidos, investidores ficam um pouco sem referência e teve um movimento mais fraco. "O mercado está sem referência com o feriado e acaba tendo um movimento de ajuste", disse.
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