O dólar comercial abriu em queda nesta quarta-feira, 23, mas inverteu o sinal ainda no início das negociações, pressionado pela retomada da cautela com o cenário fiscal e político no País. Às 14h35, a moeda subia 1,73% e era negociada a R$ 4,12. Na máxima, a moeda bateu os R$ 4,144 (alta de 2,32%). Na véspera, fechou a R$ 4,05, a maior cotação desde a criação do Plano Real, em 1994.
Para conter a escalada do dólar, o Banco Central anunciou três operações para injetar recursos no mercado. Em uma delas, que foi realizada por volta das 13h, o BC vendeu 4,4 mil contratos de swap (venda de dólares no mercado futuro) que vencem em 1º de setembro do ano que vem. O valor da operação, em que o BC vendeu apenas 20% dos contratos ofertados, totalizou US$ 211,4 milhões. As demais ações serão realizadas entre esta quarta e quinta-feira, 24. Na mesma faixa horária, a Bovespa caía 1,51%, aos 45.567 pontos.
Votações no Congresso
O Congresso não analisou ainda o veto ao reajuste de até 78% dos salários do Judiciário, que pode ter impacto de R$ 36,2 bilhões nas contas públicas até 2019. A sessão foi interrompida por falta de quórum e não há prazo definido para a retomada dessa votação.
De todo modo, o recuo, a princípio, respondeu à manutenção da maioria dos vetos presidenciais pelo Congresso, em sessão que durou cinco horas e terminou na madrugada desta quarta. Foram mantidos 26 dos 32 vetos presidenciais a medidas com forte impacto nas contas públicas.
Dólar chega a R$ 4,61 nas casas de câmbio em SP
A alta histórica do dólar, que chega a maior cotação ante o real nesta quarta-feira (23), afeta o turista que procura a divisa norte-americana. A cotação, para quem busca a moeda para viajar, já chega a R$ 4,38 em espécie e R$ 4,61 no cartão pré-pago.
Nas casas de câmbio em São Paulo, a cotação do dólar, próximo das 11h, variava entre R$ 4,31 e R$ 4,38 em espécie, já com a incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
No cartão pré-pago, onde a tributação é maior, a moeda norte-americana era cotada entre R$ 4,52 e R$ 4,61. Na média, o dólar turismo já está R$ 0,08 mais cara que na terça-feira (22).
O euro era outra moeda que registrava uma alta generalizada nas casas especializadas em câmbio. A moeda única europeia chegou a ser cotada em R$ 4,90 em espécie e R$ 5,15 no cartão -ambas cerca de R$ 0,10 mais caras que na terça.
O mercado aproveitou a boa notícia para realizar lucros, após o dólar ter fechado ontem a R$ 4,05 no mercado à vista – maior patamar desde a criação do Plano Real há 21 anos. Os ganhos estavam acumulados em 11,03% no mês e em 40,03% em 2015.
Mais cedo, a dólar à vista registrou uma mínima a R$ 4,0150 (-0,86%). O dólar para outubro chegou a cair até R$ 4,0260 (-0,86%), mas às 9h55 já subia 0,07%, a R$ 4,0530, na máxima intraday.
Também influencia os negócios locais o enfraquecimento do dólar frente o euro e algumas divisas de países emergentes e exportadores de commodities no exterior, como o peso chileno e o peso mexicano.
Dados fracos do setor de manufatura da China em setembro apoiam especulações no exterior sobre a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) adiar o aumento dos juros básicos para 2016. Isso ajuda a enfraquecer a moeda americana lá fora. Na semana passada, o Fed decidiu manter os juros inalterados, em meio às incertezas causadas pela desaceleração chinesa, e nos últimos dias vários dirigentes regionais da instituições vinham se manifestando em defesa do início da alta ainda neste ano, dando suporte ao dólar e aos juros dos Treasuries.
Nesta quarta, porém, a queda das bolsas da China, após o recuo do PMI Industrial a 47,0 na leitura preliminar de setembro (ante 47,3 em agosto) ao menor patamar em seis anos e meio, reacendeu os temores com a desaceleração do país asiático e seus efeitos na economia mundial. A bolsa da Austrália caiu ao menor nível em dois anos e o dólar australiano opera em baixa em relação ao dólar.
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