O dólar perdia fôlego e recuava ante o real após subir com força no início da sessão desta terça-feira (10), com a perspectiva de a primeira alta nos juros norte-americanos em quase uma década somando-se ao quadro de preocupação política e econômica no Brasil.

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Às 10h36, a moeda norte-americana recuava 1%, a R$ 3,09 reais na venda, depois de abrir com alta de mais de 1%. Na máxima desta sessão, a divisa chegou a atingir R$ 3,17, maior cotação desde o fim de maio de 2004.

O mercado vem se mantendo atento às dificuldades que o governo vem enfrentando para implementar medidas de reequilíbrio das contas públicas, o que ganhou novo ar de incerteza no fim de semana após as manifestações contrárias à presidente Dilma Rousseff.

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Nesta sessão o cenário internacional também ajudava a pressionar, uma vez que aumentavam as especulações de que o Federal Reserve , banco central norte-americano, começará a elevar a taxa de juros em meados do ano após mais uma série de dados fortes sobre emprego na semana passada e um subsequente coro de declarações a favor do aperto monetária por autoridades do Fed.

“O dólar vem subindo com força e quem precisa vender não sabe se entra agora ou mais tarde. Por isso, é normal o câmbio dar alguns respiros, embora a tendência ainda seja definitivamente de alta”, disse o operador da corretora Walpires José Carlos Amado.

Para o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto, “os investidores vão ficar muito cautelosos com ativos domésticos e preparados para assumir posições defensivas de olho em todos os sinais que saiam nos próximos dias”.

Campos Neto avaliou que é muito difícil falar nesse momento sobre um teto para a moeda norte-americana, “num momento como esse de muita incerteza e fatores locais e externos puxando para o mesmo lado”.

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Intervenção no câmbio

Nesse cenário, há também incertezas sobre o futuro das intervenções diários do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março.

Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, com volume correspondente a 97,9 milhões de dólares. Foram 1,5 mil contratos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e 500 para 1º de março de 2016.

O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril, que equivalem a 9,964 bilhões de dólares, com oferta de até 7,4 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária rolou cerca de 22% do lote total.