O dólar encerrou em alta de mais de 1% ante o real nesta quarta-feira (30), subindo pela segunda sessão seguida e voltando ao patamar de R$ 2 depois de três sessões abaixo desse nível. O cenário externo mais conturbado pesou neste movimento.
Segundo operadores, a expectativa do mercado continua sendo de que a moeda permaneça em torno de R$ 2 no curto prazo, mas agora sofrendo uma pressão de alta justamente em função da cenário internacional.
O dólar fechou em alta de 1,46% por cento, cotado a R$ 2,0155 na venda. A última vez que a moeda fechou acima de R$ 2 havia sido na quinta-feira passada, cotada a R$ 2,0292. Durante o dia a moeda chegou à máxima de R$ 2,0192 e à mínima de R$ 1,9970.
A divisa norte-americana acompanhou a piora no exterior, com preocupações com a situação fiscal da Espanha e da Grécia. Nesta quarta-feira, o Banco Central também não entrou no mercado, pelo terceiro pregão consecutivo, após ter intensificado a sua atuação na semana passada por meio de leilões de swap cambial tradicional, que equivalem a compra de dólares no mercado futuro.
"O que ajudou o dólar a subir foi todo esse pessimismo em relação ao mercado europeu e informações desencontradas sobre a capitalização de bancos espanhóis. Enquanto não houver uma definição lá fora ou notícias positivas, pode continuar tendo uma pressão de alta (no dólar)", disse o economista-chefe do BES Investimentos, Jankiel dos Santos.
Para ele, o dólar seguiu o movimento de outras moedas no exterior e não houve motivo para o BC voltar a atuar. Só voltaria à cena caso ocorressem movimentos bruscos no mercado ou uma distorção em relação ao exterior.
Diante a uma cesta de moedas, o dólar registrava alta de mais de 0,70%, enquanto o euro caía quase 1%.
Na semana passada, a autoridade monetária fez leilões de swap tradicional por quatro sessões seguidas e conseguiu desacelerar a alta do dólar, que chegou ao pico de R$ 2,1070 durante a quarta-feira passada.
O economista da Link Investimentos Thiago Carlos também citou o exterior e vê a moeda em torno de R$ 2. "Outras moedas ainda tiveram um movimento forte. A tendência é (o dólar) ficar em torno dos R$ 2, mais acima disso o BC interviria, no caso de um movimento atípico ou perto de R$ 2,05", disse.
Entre os motivos que colaboram para a piora dos mercados nesta quarta-feira está a Espanha. A Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) deu ao país mais tempo para reduzir seu déficit e ajuda direta de um fundo de resgate da zona do euro para recapitalizar bancos em dificuldades.
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