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Dólar sobe 2% e fecha em R$ 3,20 após anúncio do BC

O dólar subiu mais de 2% ante o real nesta quarta-feira (25), com investidores aproveitando para comprar divisas após três dias de queda, depois de o Banco Central anunciar que não renovará o programa de intervenções diárias no câmbio e diante da alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

Operadores ressaltaram, contudo, que a decisão do BC não deve gerar mais grandes impactos sobre o dólar no curto prazo, uma vez que o mercado já havia se antecipado, em grande parte, ao fim do programa de swaps.

O dólar avançou 2,43%, a R$ 3,2034 na venda, após chegar a cair 0,36% pela manhã. Nas últimas três sessões, a divisa tinha acumulado queda de 5,13%.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,4 bilhão.

Swaps

O BC anunciou na noite de terça-feira (24) que deixará de ofertar diariamente swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, a partir de abril. Mas assegurou que vai rolar integralmente os contratos que vencem a partir de 1º de maio, “levando em consideração a demanda pelo instrumento e as condições de mercado”.

“São 2 bilhões de dólares que o BC deixa de injetar no mercado por mês, então nós vamos ter de contar com fluxo positivo para ver um alívio no câmbio”, disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater. “Isso vai ser sentido na tendência do dólar nas próximas semanas, mas a decisão em si já era mais ou menos esperada.”

Autoridades do BC já vinham afirmando que o atual estoque de swaps cambiais, correspondente a cerca de US$ 115 bilhões, já atende à demanda por proteção da economia brasileira. Esse discurso foi repetido na véspera pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

De maneira geral, agentes financeiros receberam bem a decisão do BC. Tanto o Goldman Sachs quanto o BNP Paribas elogiaram a estratégia e salientaram que o atual estoque de swaps tem gerado crescentes custos fiscais ao BC.

“Nos moldes que assumiu nos últimos meses, a eficácia da intervenção claramente se dissipou. O impacto marginal de um leilão diário de US$ 100 milhões em swap era quase inócuo quando ajustado para o tamanho do mercado de câmbio brasileiro”, escreveram os estrategistas do BNP Paribas Gabriel Gersztein e Thiago Alday em nota a clientes.

A perspectiva de rolagens integrais e a afirmação, da parte do BC, de que a autoridade monetária poderá realizar operações adicionais “por meio dos instrumentos cambiais ao seu alcance” também deve contribuir para limitar a pressão cambial.

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