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O dólar fechou acima de R$ 1,85 nesta sexta-feira (4), impactado pela surpresa negativa com a Hungria e por dados frustrantes nos Estados Unidos. A moeda norte-americana subiu 1,75% no dia, para R$ 1,859. Após três pregões, o dólar tem agora alta de 2,1% em junho. No ano, a valorização é de 6,7%. Na semana, a alta ficou em 2,7%.

O principal motivo para o mau humor dos investidores era a Hungria. O porta-voz do novo primeiro-ministro do país admitiu que há apenas uma pequena chance de se evitar uma crise similar à da Grécia - onde os problemas fiscais exigiram um pacote de ajuda da União Europeia para o pagamento da dívida externa.

O Banco Central húngaro tentou contemporizar durante a tarde, afirmando que as contas internas e externas melhoraram e que a capacidade de financiamento do país deve continuar. Mas a desconfiança dos investidores já derrubava a moeda local, o forint, e abalava outros ativos emergentes.

Outra notícia que incomodou o mercado foi a criação de apenas 41 mil postos de trabalho no setor privado dos Estados Unidos em maio, abaixo da expectativa .

Com a liquidez ainda afetada pelo feriado de Corpus Christi, na véspera, o mercado de câmbio no Brasil operou em linha com o comportamento global. Arnaldo Puccinelli, gerente de mercados financeiros da corretora Terra Futuros, espera que a volatilidade continue na próxima semana. "A situação é complicada. Tem muito dinheiro saindo da Europa e indo para os EUA", disse.

Nem mesmo a agenda carregada no Brasil deve afetar de forma significativa a taxa de câmbio. Além da esperada alta na taxa de juros, o governo deve anunciar um forte crescimento no primeiro trimestre de 2010 - dois fatores que, em condições normais, atraem capitais para o país.

"Só se tiver algo muito radical para mexer um pouco a tendência do câmbio", comentou.

Analistas do banco francês BNP Paribas afirmaram também, em relatório, que a maior dependência da conta de capitais para financiar o balanço de pagamentos do país diminui o espaço para uma valorização do real, caso as condições externas permitam.

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