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Reservas internacionais atingem marca histórica de US$ 250 bilhões

As reservas internacionais brasileiras atingiram nesta terça-feira (1º) o patamar histórico de US$ 250,349 bilhões, novo recorde, segundo números divulgados nesta quarta pelo Banco Central. Somente neste ano, as reservas subiram cerca de US$ 11,3 bilhões, uma vez que fecharam o ano de 2009 em US$ 239,05 bilhões.

O que é?

Reserva internacional ou cambial é o volume de dólares que o país tem em caixa. O governo acumula a moeda norte-americana de duas formas: comprando dólares no mercado ou fazendo emissões de títulos da dívida pública - que são comprados pelos investidores e cujo pagamento é depositado nas reservas. As reservas também podem variar por conta da remuneração das aplicações que são feitas com estes recursos - a maior parte em títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

A grande vantagem de ter dólares em caixa é que isso dá garantias contra eventuais crises no mercado internacional, como a da Rússia, em 1998, e a crise financeira que atingiu a economia internacional no ano passado. Com os dólares, o país tem mais autonomia. Durante a crise, o BC chegou a vender cerca de US$ 14,5 bilhões para conter a subida do dólar, e também utilizou o colchão de recursos para fornecer linhas de crédito para os exportadores brasileiros.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que, antes de o Brasil ter um patamar mais alto das reservas, a economia entrava em "parafuso" durante a ocorrência de crises financeiras. "Temos US$ 250 bilhões de reservas e já estamos vacinados contra a crise", disse Mantega na ocasião.

Economistas, no entanto, chamam a atenção para a compra de dólares. Isso por que, cada vez que o governo compra divisas, paga em real e, com isso, aumenta a dívida interna. Ao mesmo tempo, também tem de pagar mais juros, uma vez que as taxas oferecidas no mercado interno são mais altas do que no exterior. É o chamado "custo de carregamento" das reservas.

Histórico das reservas

As reservas chegaram ao fundo do poço no fim de 1998 e início de 1999, logo após o anúncio de moratória (não pagamento da dívida externa) por parte da Rússia. Naquele momento, houve uma fuga de capitais de todos os países emergentes, inclusive do Brasil, e, para manter o câmbio fixo, o Banco Central, sob a tutela de Gustavo Franco, teve de lançar mão das reservas e vender dólares ao mercado financeiro para segurar a cotação do real. Naquela época, as reservas já haviam caído para US$ 24,45 bilhões.

Com a adoção do câmbio flutuante, ou seja, sem metas para a taxa de câmbio, as reservas deixaram de ser utilizadas para conter a subida do dólar. A conseqüência imediata foi a disparada da moeda norte-americana para cerca de R$ 3,00. Entretanto, até o fim daquele ano já retornaria para um patamar ao redor de R$ 2,00 por dólar em conseqüência ao aumento da taxa básica de juros da economia.

Recomposição e aplicações

No início de 2004, com a melhora do cenário externo, foi instituído formalmente o processo de recomposição das reservas internacionais - por meio da compra de dólares no mercado à vista pelo BC. Em 2004, o BC comprou US$ 5,2 bilhões e, em 2005, outros US$ 21,5 bilhões.

No ano de 2006, as compras somaram US$ 37,2 bilhões e, em 2007, bateram recorde ao somar US$ 78,5 bilhões. Em 2008, o BC adquiriu US$ 7,5 bilhões e, em 2009, adquiriu mais US$ 24 bilhões no mercado à vista. Neste ano, até 21 de maio, a autoridade monetária comprou cerca de US$ 12 bilhões. Deste modo, a instituição adquiriu cerca US$ 186 bilhões desde 2004.

A aplicação das reservas em títulos públicos de outros governos, e a continuidade das captações externas, também permitiu o seu crescimento nos últimos anos.Em 2010, o Tesouro Nacional já realizou duas captações de recursos do exterior, no valor de US$ 787 milhões - valores que também já ingressaram nas reservas.

As reservas internacionais firam aplicadas fora do país. Segundo dados do Banco Central, em março, quando as reservas estavam em US$ 243 bihões, a maior parte dos recursos (US$ 235 bilhões) estava aplicado em títulos de outros países, como dos Estados Unidos e demais países desenvolvidos, que possuem baixo risco.

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