O dólar fechou em alta de mais de 1% nesta quinta-feira (29) e voltou à casa dos R$ 2,61, em linha com o exterior, após o Federal Reserve (Fed) reiterar na véspera o otimismo sobre a economia dos Estados Unidos, reforçando as apostas de que o banco central norte-americano deve elevar os juros ainda neste ano.
A moeda norte-americana subiu 1,37%, a R$ 2,6121 na venda, chegando a bater R$ 2,6180 na máxima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,6 bilhão.
"Está claro que a economia dos Estados Unidos vai ter que parecer muito pior para que o Fed decida adiar a alta dos juros", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
"Ritmo sólido"
Ao fim da primeira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do ano, o Fed informou na véspera em comunicado que a economia dos EUA está se expandindo em "ritmo sólido", com fortes ganhos do emprego.
O documento levou parte dos agentes financeiros a reforçar a aposta de que a alta dos juros norte-americanos provavelmente virá neste ano. Nas últimas semanas, vinha ganhando corpo nos mercados a expectativa de que isso poderia acontecer mais tarde, embora economistas consultados em pesquisas da Reuters não acreditassem nesse cenário e vissem o aumento em meados deste ano.
A alta dos juros na maior economia do mundo deve atrair para os EUA recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, impactando o câmbio. Por isso, a divisa norte-americana se fortalecia contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
"Dá para imaginar o dólar girando em torno de R$ 2,60. Os fundamentos não sustentam uma queda muito maior do que isso", disse o operador de câmbio de um importante banco internacional.
Swap cambial
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 200 contratos para 1º de setembro e 1.800 para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,4 milhões.
O BC fez ainda aquele que deve ser o último dos leilões de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Com isso, a autoridade monetária rolou cerca de 94% do lote total, dando continuidade à tendência dos últimos quatro meses de fazer rolagens praticamente integrais.
Segundo analistas, a expectativa é que o BC continue dosando a volatilidade no mercado brasileiro de câmbio por meio das rolagens de swap cambial. O próximo lote de swaps vence em 2 de março e equivale a US$ 10,438 bilhões.
"O mercado está mais tranquilo, então o BC pode esperar um pouco para anunciar a rolagem e decidir a oferta", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.