Uma nova rodada de ingressos de recursos no mercado doméstico amparou a terceira queda seguida do dólar frente ao real nesta terça-feira. O movimento foi ajudado também pelo recuo da moeda norte-americana no exterior.
No fechamento, o dólar cedeu 0,62 por cento, a 1,751 real na venda. Mas cedo, na mínima do dia, a divisa norte-americana chegou a cair 0,96 por cento.
"O fluxo pela manhã estava bem mais positivo, o cenário como um todo estava melhor. O euro subiu forte mais cedo, reduzindo a alta perto do fim dos negócios. O real acompanhou esse movimento e perdeu um pouco de fôlego também", avaliou o gerente de câmbio do banco Prosper, Jorge Knauer, no Rio de Janeiro.
O fluxo positivo, segundo operadores, reverberou expectativas de investidores sobre uma série de operações no mercado de capitais que devem trazer mais dólares ao país.
Só a oferta de units da unidade brasileira do Santander pode movimentar até 15,6 bilhões de reais, configurando-se como a maior operação do tipo neste ano. O preço por unit será divulgado ainda nesta terça-feira.
O recuo do dólar no cenário externo também apareceu como um componente favorával à baixa no mercado doméstico, com o maior apetite por risco por parte de investidores diante da notícia de que o banco central australiano elevou a taxa de juro local, fato visto como um sinal de que o pior da crise global já passou.
Assim, o dólar perdia terreno frente a moedas de países emergentes, como a rúpia indiana e o peso mexicano, bem como a uma cesta com as principais divisas globais.
Com relação às perspectivas para o curto prazo, a equipe de analistas da corretora SulAmérica sugere que pode haver uma correção nas cotações, embora acredite "que os fundamentos econômicos ainda estão favoráveis à apreciação do real".