O dólar fechou em forte baixa nesta quinta-feira (29), revertendo o ganho obtido no pregão da véspera, após a divulgação do crescimento maior que o esperado dos Estados Unidos no terceiro trimestre. A moeda terminou o dia cotada a R$ 1,731, baixa de 1,42% em relação ao dia anterior.
Após a divulgação do dado sobre os Estados Unidos, o otimismo dos investidores com a retomada da economia global impulsionou ativos de maior risco, como moedas emergentes, ações e matérias-primas. Investidores buscaram moedas de maior retorno como o dólar australiano e o neozelandês.
"O número (do PIB) ficou definitivamente acima das expectativas", disse Sacha Tihanyi, estrategista de câmbio da Scotia Capital em Toronto. "Apesar de ser apenas uma primeira estimativa, isso vai ajudar a brecar parte das compras de dólares por causa da aversão a risco que vimos nas últimas sessões."
O resultado da economia americana, que ainda será confirmado por duas revisões, encerra a pior recessão nos Estados Unidos em 70 anos. Depois de quatro trimestres consecutivos de queda, a economia do país teve expansão de 3,5% frente ao trimestre anterior. A expectativa de analistas ouvidos pela Reuters apostava em crescimento de 3,3%.
Semana
O mercado de câmbio no Brasil vinha sendo contaminado desde o início da semana pela fraqueza de moedas emergentes em relação ao dólar, em um movimento de aversão a risco provocado pela incerteza dos investidores em relação à continuidade do ciclo de alta de ações e outros ativos de risco, em meio a um cenário ainda nebuloso na economia global.
"Outro fator, esse pontual, é que nos Estados Unidos alguns bancos, instituições financeiras e empresas encerram o balanço fiscal em outubro", escreveu Miriam Tavares, diretora da AGK Corretora, em relatório.
"Por conta disso, as filiais precisam remeter os lucros para as matrizes, o que explica, em parte, a saída de investidores estrangeiros da bolsa nesta época do ano", completou.