O dólar terminou no menor patamar em mais de dois anos frente ao real nesta segunda-feira, com o mercado atento a perspectivas de ingressos de recursos no curto prazo.
O bom humor nas bolsas de valores internacionais e a discreta recuperação do euro também favoreceram o movimento, segundo profissionais do mercado.
A moeda norte-americana caiu 0,9 por cento, a 1,651 real na venda. Trata-se do menor nível desde o fechamento de 1.º de setembro de 2008, quando a cotação terminou a 1,647 real.
"A tendência do dólar definitivamente é de baixa. A moeda não tem força para subir, porque os investidores estão apostando que o Brasil deverá receber mais dinheiro nos próximos meses. Nesse cenário, não tem como o dólar subir", afirmou o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovídio Soares.
Há expectativa de que boa parte das entradas esperadas para este ano ocorram por meio de ofertas de ações. Somente para o primeiro trimestre de 2011, o Itaú BBA, banco de atacado do Itaú Unibanco, previu em dezembro a realização de 10 ofertas de ações no Brasil, com giro financeiro total de cerca de 5 bilhões de reais.
Segundo Soares, o recuo do dólar também esteve associado ao otimismo nas praças financeiras internacionais, após dados nos Estados Unidos reforçarem a avaliação de que o crescimento da economia do país está ganhando ritmo.
O setor de serviços dos EUA, por exemplo, cresceu pelo 17o mês consecutivo em dezembro, enquanto o gasto com construção subiu em novembro ao maior patamar desde junho.
No final da tarde, as principais bolsas de valores norte-americanas avançavam mais de 1 por cento, movimento acompanhado de perto pelo Ibovespa.
No mercado de moedas, o euro ensaiava ligeira recuperação ante o dólar, seguindo o bom humor observado no segmento acionário.
Para o operador de uma corretora em São Paulo, que pediu anonimato, o dólar nos menores níveis em dois anos deve "acender a luz amarela" com relação a medidas do governo para brecar uma alta acentuada do real.
"O mercado vai aumentar a atenção com o governo agora", comentou.
Mais cedo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que o governo não ficará passivo diante de um fortalecimento do real, destacando que a presidente Dilma Rousseff está preocupada com o impacto do câmbio nas exportações.
Nesta sessão, o mercado soube que a balança comercial brasileira registrou superávit de 20,278 bilhões de dólares em 2010, com recorde de exportações de 201,916 bilhões de dólares.
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